Hoje a capital do Brasil está a completar 50 anos de história. Uma cidade cuja face reflete bem a face do nosso país. De um lado, qualidades que nos engrandecem e orgulham. De outro, defeitos que nos envergonham e humilham. Quando, normalmente, se fala em Brasília, a primeira imagem que nos vem à mente é a de corrupção política, esteja ela no âmbito federal, no âmbito distrital ou, ainda, nos corredores do funcionalismo público. Brasília é o principal centro político do país. Como a política profissional nos tem dado motivos de sobra para desconfiarmos dela, nossa capital fica estigmatizada como um antro de corrupção e sujeira. Vergonha!
Mas enxergar Brasília apenas pelo prisma da corrupção política é, no mínimo, injustiça. A capital do Brasil é uma cidade exuberante e bela. Discorrer sobre sua arquitetura já é lugar comum. Os prédios e monumentos projetados por seus idealizadores nos deslumbram e fascinam muito mais quando os vemos de perto, bem ao alcance dos olhos e do coração, que palpita a cada encontro com as paisagens de cartão postal. Sua natureza é dotada de uma singela exuberância que em poucas cidades do Brasil e do mundo se pode encontrar. Maravilha cuja beleza, não sei por que, me faz lembrar os versos escritos por Carlos Lyra e Vinícius de Moraes: “coisa mais bonita é você assim; justinho você; eu juro, eu não sei por que você”.
A despeito da sua arquitetura e da sua natureza, o maior tesouro de Brasília é mesmo o seu povo. Simpático e hospitaleiro, o brasiliense sabe receber um visitante de braços abertos e sorriso largo, coisa que jamais esquecerei. A cara dessa gente é, também, a cara do povo brasileiro: misturado, miscigenado e com influências culturais que sintetizam a identidade dos diferentes povos espalhados por esse imenso Brasil. Por tudo isso, considero injusto associar Brasília tão somente ao lado podre da política. Concordo com o Presidente Lula quando ele declarou aos Diários Associados, em um momento de sensatez, que há, sim, razões de sobre para o povo de Brasília comemorar. Para ele, “o significado de Brasília como capital não pode ser confundido com os administradores que cometeram absurdos. Muitas vezes os erros são cometidos porque as pessoas acham que são impunes. Brasília, de um lado, tem que estar de luto, porque aconteceu essa barbaridade, mas, ao mesmo tempo, tem que ter orgulho. É uma cidade extraordinária, que tem crescido muito acima do que foi previsto por Niemeyer e JK. Cresceu um pouco desordenada, acho que houve irresponsabilidade em alguns momentos. Brasília é isso, tem um lado humano, o Plano Piloto, o centro das cidades satélites, e o lado desumano daqueles que vivem no Entorno em situações adversas. Ainda assim, acho que o povo tem que comemorar porque foi uma epopeia o nosso Juscelino cumprir e ter coragem de fazer uma coisa pensada em 1823. Não era fácil tirar a capital do Rio de Janeiro”. Comemoremos, pois, com os versos do Vinícius de Moraes! Saudações, Brasília! “Terra de irmãos, ó alma brasileira...Terra-poesia de canções e de perdão, terra que um dia encontrou seu coração”, no meu coração. Parabéns brasilienses! (por Sílvio Benevides)
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Mas enxergar Brasília apenas pelo prisma da corrupção política é, no mínimo, injustiça. A capital do Brasil é uma cidade exuberante e bela. Discorrer sobre sua arquitetura já é lugar comum. Os prédios e monumentos projetados por seus idealizadores nos deslumbram e fascinam muito mais quando os vemos de perto, bem ao alcance dos olhos e do coração, que palpita a cada encontro com as paisagens de cartão postal. Sua natureza é dotada de uma singela exuberância que em poucas cidades do Brasil e do mundo se pode encontrar. Maravilha cuja beleza, não sei por que, me faz lembrar os versos escritos por Carlos Lyra e Vinícius de Moraes: “coisa mais bonita é você assim; justinho você; eu juro, eu não sei por que você”.
A despeito da sua arquitetura e da sua natureza, o maior tesouro de Brasília é mesmo o seu povo. Simpático e hospitaleiro, o brasiliense sabe receber um visitante de braços abertos e sorriso largo, coisa que jamais esquecerei. A cara dessa gente é, também, a cara do povo brasileiro: misturado, miscigenado e com influências culturais que sintetizam a identidade dos diferentes povos espalhados por esse imenso Brasil. Por tudo isso, considero injusto associar Brasília tão somente ao lado podre da política. Concordo com o Presidente Lula quando ele declarou aos Diários Associados, em um momento de sensatez, que há, sim, razões de sobre para o povo de Brasília comemorar. Para ele, “o significado de Brasília como capital não pode ser confundido com os administradores que cometeram absurdos. Muitas vezes os erros são cometidos porque as pessoas acham que são impunes. Brasília, de um lado, tem que estar de luto, porque aconteceu essa barbaridade, mas, ao mesmo tempo, tem que ter orgulho. É uma cidade extraordinária, que tem crescido muito acima do que foi previsto por Niemeyer e JK. Cresceu um pouco desordenada, acho que houve irresponsabilidade em alguns momentos. Brasília é isso, tem um lado humano, o Plano Piloto, o centro das cidades satélites, e o lado desumano daqueles que vivem no Entorno em situações adversas. Ainda assim, acho que o povo tem que comemorar porque foi uma epopeia o nosso Juscelino cumprir e ter coragem de fazer uma coisa pensada em 1823. Não era fácil tirar a capital do Rio de Janeiro”. Comemoremos, pois, com os versos do Vinícius de Moraes! Saudações, Brasília! “Terra de irmãos, ó alma brasileira...Terra-poesia de canções e de perdão, terra que um dia encontrou seu coração”, no meu coração. Parabéns brasilienses! (por Sílvio Benevides)
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Imagem: Memorial JK (Brasília), por Sílvio Benevides.
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