
Escolhemos começar esta edição com um ato de memória e uma celebração do centenário de um dos grandes homens da história do país. Na sessão de abertura, Marighella, filme de Isa Grispum Ferraz, será exibido na praça. Embalado pela presença – afetiva e política – da família Marighella, o documentário projetará na cidade, entre casas e gente, seu gesto necessário de escritura da história.
E se o documentário povoa as praças da memória, ele também nos leva às praias dos afetos, da política dos afetos. Como sopros de brisa, uma pequena mas preciosa coleção de filmes de Agnès Varda, uma das mais inventivas documentaristas da história do cinema, atravessará o festival. A Mostra Documentários Experimentais reunirá filmes de realizadores brasileiros que compuseram também experiências documentais desafiadoras, articulando vida e invenção e aproximando o documentário das artes visuais. Esse diálogo será ainda festejado no encerramento do CachoeiraDoc com uma intervenção artística em que o movimento siderante das ruas da Moscou de Vertov vai transmutar os muros de Cachoeira.
Como um dos nossos desejos é contribuir para promover o encontro dos documentários com as pessoas, programamos uma sessão especial de Bahêa, minha vida, documentário baiano sobre o time de futebol que mobiliza paixões, inédito em Cachoeira, onde ainda não há sala de cinema.
Na nossa muito jovem trajetória, já temos alguns motivos para celebrar, e um dos mais importantes deles é o conjunto de filmes que recebemos de realizadores do Brasil inteiro, renovando a convicção fundadora de que há uma grande e rigorosa produção de documentários no país, e de que ela precisa ser vista. A Mostra Competitiva Nacional e, no âmbito local, a Mostra Competitiva Bahia constituem uma seleção que demonstra as múltiplas formas através das quais os realizadores brasileiros têm enfrentado os desafios do real. Não percam! (por Amaranta Cesar)
Imagem: Cartaz de divulgação
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