segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dilma Rousseff eleita presidente do Brasil

O Brasil elegeu ontem, 31 de outubro de 2010, a primeira mulher presidente: Dilma Rousseff, que venceu a disputa eleitoral com 56,05% dos votos válidos. Seu adversário do PSDB, José Serra, teve 43,95%.

Dilma Rousseff afirmou em seu primeiro pronunciamento como presidente eleita que fará um governo com foco na erradicação da pobreza, no fortalecimento da economia nacional e não poupará esforços para desencadear uma reforma política que eleve os valores republicanos. A nova presidente do Brasil abriu seu discurso assumindo o compromisso de “honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural”, afirmou.

No decorrer do seu pronunciamento, Dilma Rousseff fez questão de frisar que o compromisso fundamental do seu governo será a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros. “Ressalto, entretanto, que esta ambiciosa meta não será realizada pela vontade do governo. Ela é um chamado à nação, aos empresários, às igrejas, às entidades civis, às universidades, à imprensa, aos governadores, aos prefeitos e a todas as pessoas de bem. Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte. A erradicação da miséria nos próximos anos é, assim, uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o apoio de todos que possam ajudar o país no trabalho de superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida”, enfatizou.

A presidente também discorreu sobre sua relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o período em que esteve à frente do Ministério de Minas e Energia e, posteriormente, da Casa Civil. “Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu país e por sua gente. A alegria que sinto pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida. Sei que um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós. Baterei muito a sua porta e, tenho certeza, que a encontrarei sempre aberta”, finalizou.

Mas o momento mais contagiante do pronunciamento da Dilma Rousseff foi quando ela fez menção ao seu passado de luta contra a ditadura militar. “Quem, como eu e tantos outros que não estão mais entre nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos naturalmente amantes da liberdade [...] Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras”. Espero que os imbecis de plantão guardem bem essas palavras e parem, de uma vez por todos, de depreciar nossa história, nossa gente e nossa democracia, comparando-a a aberrações como o nazismo. Que o Brasil e todo o seu povo tenham sido os grandes vitoriosos desse processo eleitoral que ontem se encerrou e que continuem a ser os vencedores ao longo dos quatro anos que estão por vir, afinal, como escreveu o filósofo grego Aristóteles, um governo exercido de forma apropriada é aquele cujas ações visam o bem comum, isto é, que promovem o bem-estar de todos os membros da comunidade, permitindo-lhes exercer seus potenciais próprios e, também, viver uma vida virtuosa, plena de realizações. É isso que espero do governo da primeira mulher eleita presidente do Brasil (por Sílvio Benevides).
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Imagem: Roberto Stuckert Filho

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