segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Adeus Fonte Nova! Já vai tarde!

A implosão da Fonte Nova ocorrida ontem 29/08 foi uma prévia de como ficará Salvador durante a Copa do Mundo de 2014. Uma festa! Se será uma festa bem organizada ou não, isso é outra história. Mas certamente será uma festa bastante lucrativa, isso não resta dúvida. Soube que houve até um camarote construído no Dique do Tororó especialmente para o evento. Só não sei dizer se houve venda de camisas com all inclusive. O fato é que a cidade ficou em polvorosa, ao menos a parte da cidade que fica nas mediações do estádio. Havia gente saindo pela culatra. Nas ruas uma gente a caminhar apressada de um lado para outro a fim de não perder o momento exato do boom. Nas alturas, outro tanto de gente a se ajeitar em cima dos edifícios, eu, por exemplo, nas sacadas, varandas, em cima dos telhados das casas ou em toda sorte de lugar de onde se pudesse ver a Fonte Nova ruir. Todos queriam testemunhar a demolição, segundo alguns, histórica, e fazer parte desse espetáculo. Na falta de um grande e verdadeiro espetáculo para mobilizar a cidade, esse foi um bom pretexto para sair de casa numa manhã de domingo com sol, mas sem barraca de praia.

No asfalto um enorme congestionamento. Os veículos automotivos eram os mais variados possíveis. De automóveis comuns a ambulâncias da SAMU, carros da SET, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, passando por ônibus grandes e pequenos. Todos bem enfileirados e paradinhos. Como diria a Hebe Camargo, decana da TV brasileira, uma gracinha! A movimentação lembrava uma terça-feira de carnaval nas imediações do circuito Barra-Ondina e nas proximidades do Campo Grande. Imagine tudo isso durante a Copa do Mundo!

Mas a folia não ficou restrita ao asfalto. Também nos céus o folguedo bombava. Foi um festival de helicópteros das mais variadas cores. Seis ao todo: um da Polícia Militar (marrom), um do Corpo de Bombeiros (vermelho) e outros amarelos, brancos e pretos de emissoras de TV, provavelmente. O fato é que a destreza dos pilotos foi um show a parte. Voavam de um lado para outro, para frente, para trás, para cima, para baixo, pairavam no ar feito libélulas desesperadas, chamando, assim, a atenção de quem quer que fosse. Pra variar, o espetáculo principal começou com um atraso de meia hora e alguns minutinhos. Antes que os engraçadinhos comecem a dizer que tudo na Bahia atrasa, inclusive implosão, isso ocorreu por questões de segurança. Houve quem quisesse ver tudo de bem perto, o que até os pombos sabiam não ser possível, pois já voavam longe antes mesmo do apito final.

Festa acabada, tabaréu na estrada. Depois de uma hora tudo voltou ao normal para uma manhã de domingo sem nada especial para comemorar. A Fonte Nova, agora, não passa de um monte de escombros. A pergunta que fica é a seguinte: será que a construção da nova arena se dará no mesmo ritmo da construção do nosso metrô? Bem, como dizem que a Bahia é a terra de todos os santos e orixás, acho bom começar a apelar (por Sílvio Benevides).
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Imagem: Sílvio Benevides.

Por que João Henrique não chorou?

Desde a última segunda-feira (23) a população de Salvador tem assistido, entre incrédula e comovida, às cenas impactantes da demolição das barracas de praia instaladas na Orla da cidade. Até o momento em que essas linhas são escritas, 325 barracas [349 ao todo] já foram destruídas, numa eficiência que muito nos agradaria se fosse emprestada à operação tapa-buracos, à gestão da segurança pública e ao atendimento nos hospitais públicos. Agora, tudo voltará ao 'normal': os escombros serão retirados em três meses. Serão 90 dias para fixar bem a imagem de terra arrasada com vista para o mar.

A rigor, não há nada de errado no fato de o Executivo cumprir com presteza uma determinação da Justiça. Deveria ser sempre assim. Mas não é. Estranha que o seja justamente quando tal determinação tem como saldo inexoráveis prejuízos na economia e no turismo, o desemprego de três mil pessoas e o desespero de outras tantas, que chegaram a cogitar atos extremos, como atear fogo ao próprio corpo.

O drama dos comerciantes atingidos pela decisão judicial, o choro de famílias inteiras, o impacto das imagens da devastação feita pelas escavadeiras, tudo isso provocou grande consternação e levou muita gente às lágrimas. Menos o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, cuja emotividade sempre marcou suas aparições, inclusive na sua campanha à reeleição, em 2007. A sensibilidade de João foi incorporada como algo positivo à imagem do então candidato, que chegou a ter índices de rejeição na casa dos 70%. É fácil entender: como diz a música, “um homem também chora, também deseja colo”.

A pergunta é: por que as estratégias de comunicação para enfrentar essa crise de imagem que atinge diretamente o prefeito não incluíram o choro de João? Diante do silêncio do chefe do Executivo municipal sobre o assunto até então, era de se esperar de João - se não uma ação efetiva como a adotada pela prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho - ao menos um gesto simbólico de pesar com o sofrimento dos barraqueiros, com quem João diz estar preocupado. Chorar seria o mínimo. Sobretudo se considerados o apelo das cenas e o histórico lacrimal do prefeito, que se emocionou, por exemplo, com a reinauguração do Palácio do Rio Branco, em junho último.

Na manhã da quarta-feira (25), o prefeito de Salvador se reuniu com representantes do Patrimônio da União, secretários municipais e estaduais. A reunião teve continuidade à tarde. O objetivo? Discutir soluções para os barraqueiros. Justo agora, que Inês é morta e o leite foi derramado? Só agora, que “a festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou”? E agora, João? (por Bárbara Souza, jornalista e editora-chefe do Política Hoje, que, além de barbaramente bárbara, costuma permitir que seus textos sejam reproduzidos no Salvador na sola do pé).
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Imagem: Arestides Baptista/Agência A Tarde.

Despejo na orla: um balanço

Em nota emitida no último dia 25 de agosto, o Comando do Segundo Distrito Naval negou que a Marinha brasileira seja proprietária da área na qual estavam situadas as barracas de praia de Salvador demolidas pela Prefeitura na semana passada. No documento divulgado, a Marinha explica a diferença entre as expressões “terrenos da marinha” e “terrenos de marinha”, termos distintos cuja interpretação equivocada dos seus significados teria gerado a suposta ideia de que a Marinha seria dona das áreas nas regiões da Orla Atlântica (da Barra até a Praia do Flamengo) e da Baía de Todos os Santos (do Canta Galo até São Tomé de Paripe), onde ficavam as barracas.
“Terrenos de marinha, em cuja área estão instaladas as barracas, são as áreas situadas na costa marítima, em faixa de 33 metros medidos a partir da posição do preamar médio e são assim denominados em razão da sua proximidade com as águas salgadas. Não são da Marinha do Brasil no sentido de pertencerem ao Comando da Marinha, que não exerce controle patrimonial sobre os mesmos sendo tal tarefa atribuída à Secretaria do Patrimônio da União (SPU), tendo em vista que os terrenos de marinha são bens públicos de domínio da União”, esclarece a nota.

A Marinha também negou ter entrado com uma ação na Justiça exigindo reintegração de posse da área. Segundo a nota, “não há qualquer participação da Marinha do Brasil nas ações que estão levando à desocupação das áreas situadas nos terrenos de marinha”.

A operação de demolição das barracas de praia perpetrada pela Prefeitura de Salvador por meio da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) atendeu a uma determinação do juiz Carlos D’Ávila, da 13ª Vara da Justiça Federal. O juiz baseou sua decisão no fato de as barracas estarem em área da União, sendo, portanto, patrimônios públicos.

Em entrevista o prefeito João Henrique comunicou que a demolição das barracas precisava ser cumprida porque se tratava de uma determinação da União. “Temos que cumprir, se não cumprirmos seremos presos”, disse. O prefeito também pediu aos barraqueiros para mudarem sua postura e criticou o advogado da Associação dos Barraqueiros de Praia de Salvador, Sr. João Maia, por sua intransigência. “Olha só no que deu a falta de diálogo. Deu que o juiz mandou destruir tudo de uma vez só”, afirmou o prefeito.

Ao rebater a crítica do prefeito, o Sr. João Maia disse que tentou por diversas vezes manter negociação com a prefeitura. Segundo ele, “o prefeito nunca recebia e quando recebia colocava um secretário diferente com uma posição distinta. O juiz disse que não aceitava o projeto de revitalização da prefeitura desde agosto do ano passado e o prefeito não fez nada de lá pra cá. O prefeito deu tiro no pé, está vendo a repercussão agora, porque ele achava que o povo ia apoiar ele. Agora quer colocar a culpa em mim”.

Já o governador Jacques Wagner, em campanha para reeleição, considerou a derrubada das barracas de praia como “espetáculo horripilante”. Segundo ele, a Prefeitura não soube conduzir o processo. “Faltou mediação e nunca fui convocado para essa conversa”, disse o candidato ao ser questionado sobre o motivo de o governo estadual não ter intermediado o conflito entre os barraqueiros e a prefeitura. “O episódio ficou cheio de heróis dizendo bravatas e acabamos na pior solução possível. Sempre acho melhor uma negociação do que uma sentença”, declarou.

Essa situação, esse jogo de empurra faz lembrar a música Despejo na Favela do Adoniram Barbosa, cuja letra é a seguinte: “Quando o oficial de justiça chegou lá na favela e, contra seu desejo, entregou pra seu Narciso um aviso, uma ordem de despejo assinada seu Doutor. Assim dizia a petição: dentro de dez dias quero a favela vazia e os barracos todos no chão! É uma ordem superior [...] Não tem nada não, seu doutor, não tem nada não. Amanhã mesmo vou deixar meu barracão [...] Pra mim não tem problema. Em qualquer canto me arrumo de qualquer jeito me ajeito. Depois, o que eu tenho é tão pouco, minha mudança é tão pequena que cabe no bolso de trás. Mas essa gente aí, hein? Como é que faz”? Espero que a União e a Prefeitura de Salvador saibam responder a essa questão, afinal famílias inteiras estão, neste momento, sem saber o que fazer para continuarem tocando em frente suas vidas. Não é desta maneira que se resolvem os problemas de uma grande cidade (Fontes: A Tarde, Correio, e Política Hoje).
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Imagem: Fernando Vivas/Agência A Tarde.

Nos trilhos, dez anos depois

Enfim os trens do metrô de Salvador saíram do lugar. Tudo bem, com a ajuda de guindastes. Mas já é um motivo para renovar a fé dos baianos. Depois de ver os trens sendo colocados nos trilhos, os tricolores voltaram a acreditar que o Bahia vai ser campeão da Série A do Brasileirão com dois gols de Neymar e um de Ganso, na nova Fonte Nova, em 2013. Quem quiser assistir ao jogo no local deve ouvir o mantra dos responsáveis pela construção do metrô: “quem tem fé vai a pé” (Mais uma nota barbaramente bárbara da jornalista e editora-chefe do Política Hoje, Bárbara Souza).

Depois do exposto vale perguntar: Salvador algum dia entrará nos trilhos? Algum dia Salvador e o seu povo terão um administrador à sua altura? Ou temos os administradores que merecemos? Como diria o poetinha Vinícius de Moraes “sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão”. E o coração? Ele agüenta? “Guenta”, ele “guenta”. Tem de agüentar, afinal, pior do que estar é não ficar para ver rolar a festa de 2014 que o povo do gueto mandou avisar. É isso aí! O melhor de tudo é saber que ano que vem tem mais carnaval e tudo voltará a ser como sempre foi: uma alegria só, uma só alegria. E no mais, viva a Bahia! (Mais uma nota desbaratada do chefe de nada Sílvio Benevides)
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Imagem: Charge do SIMANCA.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Liberdade de imprensa e eleições

Para as sociedades democráticas liberdade é fundamental, pois por meio dela garante-se, entre outras coisas, a livre expressão e circulação das idéias, assim como, o exercício pleno da cidadania. Quem não defende esse princípio não pode, de modo algum, se auto-proclamar um democrata. Isto posto, podemos falar de um tipo específico de liberdade que, dada sua importância, contribui sobremaneira para o fortalecimento e alargamento da democracia. Trata-se da liberdade de imprensa.

Uma imprensa livre de qualquer tipo de amarra permite à sociedade conhecer e acompanhar as ações realizadas pelos poderes públicos e, deste modo, assumir uma postura crítica e de constante vigilância perante os seus governantes, que nos devem, sim, explicações sobre seus atos. Desta maneira, estimula o exercício da cidadania. E todos sabem que cidadania forte significa democracia forte. Por esse motivo, a liberdade de imprensa deve ser defendida por todos os setores da sociedade e não apenas pelos veículos de comunicação.

Entretanto, algo causa estranheza quando vemos alguns veículos de comunicação saírem em defesa da liberdade de imprensa e, por conseguinte, da liberdade de expressão. O que intriga não é a defesa da liberdade em si, porém, o descompasso entre o discurso destes veículos e a maneira como eles o reproduzem no seu dia-a-dia. Na prática, o que se pode perceber é o mau uso dessa liberdade, o que, por sua vez, se converte num verdadeiro desserviço à democracia. A cobertura jornalística sobre o atual processo eleitoral, por exemplo, especialmente aquela feita pelos grandes veículos midiáticos, os que integram poderosos conglomerados comunicacionais, se configura num acintoso atentado à liberdade de expressão e, também, de escolha do eleitor.

Nas eleições deste ano os cidadãos brasileiros deverão escolher o presidente que governará o país pelos próximos quatro anos. Nove candidatos concorrem ao cargo de dirigente do Executivo nacional. São eles (em ordem alfabética): Dilma Rousself (PT), Ivan Pinheiro (PCB), José Maria de Almeida (PSTU), José Maria Eymael (PSDC), José Serra (PSDB), Levy Fidelix (PRTB), Marina Silva (PV), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e Rui Costa Pimenta (PCO). Como é possível perceber, no atual pleito há uma certa diversidade de projetos políticos. Esta, porém, não se reflete na cobertura jornalística, pois os grandes veículos de comunicação, baseados em critérios pouco consistentes, “elegeram” previamente três candidatos dos nove acima citados.

Quando a imprensa cobre a agenda diária dos candidatos, divulgam apenas a campanha daqueles escolhidos como os “principais”. O difícil de entender e, também, aceitar nessa escolha é o motivo pelo qual os candidatos do PT, PSDB e PV são os “principais”. Isso ocorre porque estes são os que mais pontuaram nas pesquisas eleitorais, dirão os defensores dessa prática. Ora, mas quem decide uma eleição são os institutos de pesquisa ou os eleitores? Ademais, se o objetivo é utilizar a liberdade de imprensa para contribuir com o fortalecimento da democracia, por que não apresentar à população todas as propostas que ela tem a seu dispor? O que está por trás dessa prática? Quando se trata em defender a liberdade, deve-se defender não só a liberdade de imprensa, mas, também, a liberdade de expressão dos candidatos, que representam seus respectivos partidos, que, por sua vez, representam os variados setores da sociedade. Sendo assim, não importa se este ou aquele partido tem uma pequena ou enorme representatividade no Congresso Nacional ou nas Assembléias e Executivos estaduais. Todos eles representam, antes de mais nada, setores da sociedade. Logo, eles têm o direito de expressar suas idéias, opiniões e projetos. Ao divulgar tão somente as propostas deste ou daquele partido/candidato, os veículos de comunicação que assim procedem ferem um dos princípios basilares do jornalismo, isto é, o princípio da imparcialidade.

Uma sociedade democrática, verdadeiramente democrática, deve permitir que todos tenham direito a se expressar. A imprensa brasileira, sobretudo a chamada grande imprensa, ligada às grandes empresas de comunicação, tem a obrigação moral de pôr em prática aquilo que ela mesma defende, ou seja, a liberdade de expressão. Discurso que caminha em descompasso com a prática não passa de palavras vazias sem nenhum valor. Chega de cinismo (por Sílvio Benevides).
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Imagem: Silvio Benevides

Senado lança campanha para estimular escolha consciente

A Secretaria Especial de Comunicação Social (SECS) do Senado Federal lançou, nesta quinta-feira (19), a campanha de conscientização “Seu voto faz o Congresso Nacional”. A Campanha, realizada em parceria com a Câmara dos Deputados, terá um filme publicitário (vide abaixo o VT), uma vinheta de rádio, impressos e um site especial.

O secretário de Jornalismo da SECS, Davi Emerich, afirmou se tratar de uma campanha inédita, que visa valorizar o voto para deputados federais e senadores. Segundo Emerich, a campanha guarda relação com o planejamento estratégico estabelecido recentemente pela SECS, que definiu como missão da secretaria a Comunicação para a Cidadania. Para o diretor, as peças da campanha estimulam “a consciência cívica acima dos interesses pessoais”.

Responsável pela campanha, a diretora da Secretaria de Projetos Especiais (Supres), Elga Mara Teixeira Lopes, enfatizou o didatismo do material apresentado nesta quinta. Ela destacou um o slogan “Você decide quem faz as leis do Brasil”. A diretora afirmou que, na eleição de 2006, os votos nulos e brancos para senador atingiram 19,3%, enquanto a média de votos inválidos para os outros cargos foi de 11%.

De acordo com Elga Lopes, a campanha foi totalmente produzida por servidores do Senado Federal, sem contratação de uma agência de publicidade. Não precisou o custo do material produzido, mas afirmou que eles foram feitos pela TV Senado, pela Rádio Senado e pela Secretaria Especial de Editoração e Publicações (SEEP), a gráfica do Senado.

A diretora disse ainda que a campanha foi precedida de estudos sobre campanhas de valorização do voto em outros países, como Espanha, Estados Unidos e França. O filme publicitário está sendo divulgado pela TV Senado e pela TV Câmara, e há negociações para a divulgação também em emissores de televisão públicas e privadas. Todo o material pode ser obtido no hot site e divulgado sem custos.

A secretária-geral da Mesa do Senado, Claudia Lyra, enfatizou na solenidade a importância das leis aprovadas pelo Congresso Nacional. O secretário de Comunicação da Câmara dos Deputados, Sérgio Chacon, afirmou que a campanha é inteligente e a iniciativa é oportuna.

Participaram, ainda, da mesa da solenidade que lançou a campanha a diretora-adjunta do Senado, Andrea Valente, e o consultor-geral adjunto do Senado, Gustavo León. A realização da campanha foi aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último dia 12 (Fonte: Agência Senado).
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Imagem: Agência Senado

Certidão de quitação eleitoral

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibiliza para a população um serviço bastante útil para todos nós, eleitores/eleitoras do Brasil. Trata-se da CERTIDÃO DE QUITAÇÃO ELEITORAL. Como já é do conhecimento de todos, após votarmos, recebemos do mesário da nossa seção eleitoral um comprovante de votação. Tal comprovante nada mais é do que aquelas tirinhas de papel para comprovar que, de fato, comparecemos à urna eletrônica para votarmos. Sem essa comprovação não podemos tirar passaporte, carteira de trabalho, não podemos assumir um cargo em empresas ou órgãos públicos caso sejamos aprovados em concurso, pois no nosso país o voto é obrigatório e essa é uma maneira de o governo garantir que todos votem. O TSE resolveu nos dar uma ajuda. Agora não precisamos mais guardar aquelas tirinhas que ao longo dos anos se acumulam de maneira incômoda. Basta apresentar a CERTIDÃO DE QUITAÇÃO ELEITORAL, que não custa um centavo sequer e você mesmo imprime em sua casa. Acesse o site do TSE e preencha com os dados que você encontra no seu Título de Eleitor. Mas atenção: a emissão da CERTIDÃO DE QUITAÇÃO ELEITORAL pela internet somente será possível se não houver qualquer divergência entre os dados informados e aqueles registrados no Cadastro Eleitoral; não existir qualquer restrição no histórico de sua inscrição (por exemplo, ausência não justificada às eleições); se forem preenchidos todos os campos do formulário. De acordo com o TSE, caso a certidão não seja emitida, basta solicitá-la em qualquer cartório ou posto de atendimento eleitoral, onde o eleitor será orientado quanto à regularização de sua situação. A validação da certidão (confirmação de autenticidade) será feita pelo órgão ou instituição onde for apresentada, caso julgue necessário. Gostou? Então, repasse esta dica para todos. (Fonte: TSE. Texto: Sílvio Benevides com a colaboração de Gina Carla Reis).
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Imagem: Nelson Jr./ASICS/TSE

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O tráfico de pessoas

Em tempos de globalização, de “cidadãos/ãs do mundo”, no qual todos (as) buscam tornar realidade seus sonhos, eis que surgem verdadeiras redes criminosas, que se aproveitam da situação de vulnerabilidade de muitas pessoas, para praticarem, uma das mais cruéis e desumanas formas de escravidão moderna: o “tráfico de pessoas”.

Apontado como uma das atividades criminosas mais lucrativas do mundo, o tráfico de pessoas faz cerca de 2,5 milhões de vítimas, movimentando, aproximadamente, 32 bilhões de dólares por ano, segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Atualmente, esse crime está relacionado a outras práticas criminosas e de violações aos direitos humanos, servindo, não apenas à exploração de mão-de-obra escrava, mas também a redes internacionais de exploração sexual e comercial, muitas vezes ligadas a roteiros de turismo sexual, e quadrilhas transnacionais especializadas em remoção de órgãos.

Segundo o Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial de Mulheres e Crianças (Protocolo de Palermo, 2000), instrumento já ratificado pelo Governo brasileiro, a expressão Tráfico de Pessoas significa:

o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração.”

O mesmo Protocolo define a exploração como sendo, no mínimo, “a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de órgãos”. Estimativas do UNODC indicam que a exploração sexual é a forma de tráfico de pessoas com maior freqüência (79%), seguida do trabalho forçado (18%), atingindo, especialmente, crianças, adolescentes e mulheres. O fato é que o tráfico de pessoas não é um problema só dos países de origem das vítimas, mas também dos de trânsito e de destino, que devem coibir, principalmente, o consumo de produtos deste crime. É preciso que a comunidade internacional esteja comprometida com a melhoria das condições socioeconômicas dos grupos sociais mais vulneráveis, uma vez que, não pode haver enfrentamento ao tráfico de pessoas, sem desenvolvimento social.

Pesquisas demonstram que os aliciadores têm ocupações em negócios como casa de show, comércio, casas de encontros, bares, agências de turismo, salões de beleza e casas de jogos. Qualquer pessoa pode denunciar casos de tráfico de pessoas por meio do DISQUE 180 ou acesse o Ministério da Justiça (http://www.mj.gov.br/). A denúncia também pode ser feita na delegacia mais próxima. Se o crime for cometido na internet, acesse a página da Polícia Federal (http://denuncia.pf.gov.br/). Nesse endereço também é possível fazer denúncias contra pornografia infantil, crimes de ódio e genocídio promovidos em sites publicados na rede mundial de computadores. Lembre-se: uma sociedade mais justa e mais pacífica depende da participação de todos/as (Fontes: Ministério da Justiça e Polícia Federal).
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Imagem: Shopping, por Tiago Xavier.

Polícia Federal alerta: senha invertida no caixa eletrônico não chama a polícia

A Polícia Federal esclarece que digitar a senha de trás pra frente não aciona a polícia. Circula na internet um e-mail com informações falsas sobre como se proteger em caso de sequestros-relâmpago. Se você tiver recebido o e-mail, apague-o. A Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN recomenda os seguintes cuidados:

1 - Ao digitar sua senha, mantenha o corpo próximo à máquina, para evitar que outros possam vê-la ou descobri-la pelo movimento dos dedos no teclado. As pessoas atrás de você devem respeitar as faixas de segurança;

2 - Prefira utilizar os caixas automáticos instalados em locais de grande movimentação e, se possível, em ambientes internos (shoppings, lojas de conveniência, postos de gasolina etc.);

3 - Sempre que possível, faça seus saques no horário comercial, quando o movimento de pessoas é maior, evitando o período noturno. Quando precisar realmente sacar dinheiro à noite, leve um ou mais acompanhantes adultos para que fiquem fora da cabine, como se estivessem na fila;

4 - Nunca aceite ou solicite ajuda de estranhos, mesmo que não lhe pareçam suspeitos;

5 - Esteja atento à presença de pessoas suspeitas ou curiosas no interior da cabine ou nas proximidades. Na dúvida, não faça a operação;

6 - Caso não consiga concluir uma operação, aperte a tecla ANULA ou CANCELA;

7 - Em caso de retenção do cartão no caixa automático, aperte a tecla ANULA ou CANCELA e comunique-se imediatamente com o banco. Tente utilizar o telefone da cabine para comunicar o fato. Se ele não estiver funcionando, pode tratar-se de tentativa de golpe. Nesses casos, nunca aceite ajuda de desconhecidos, mesmo que digam trabalhar no banco, nem digite senha alguma na máquina;

8 - Não se preste a receber créditos de pessoas desconhecidas em sua conta. Propostas desse tipo são feitas por golpistas, nas proximidades de caixas automáticas e de agências;

9 - Desconfie de vantagens financeiras ou dramas familiares que lhe sejam apresentados por desconhecidos na fila do caixa automático, especialmente propostas de utilização de sua conta para transferência de valores;

10 - Evite sacar grandes valores em dinheiro. Nas transações de valores altos, dê preferência aos meios eletrônicos de pagamentos, como cartões, DOCs e TEDs (Fonte: Polícia Federal).
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Imagem: Diário Regional Gazeta de Varginha

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Da série na sola do pé: CANUDOS

Lembro-me bem daquele 28 de abril. Cheguei a Canudos por volta das quatro da manhã, como de costume. Ao descer do ônibus, segui pelas ruas cobertas por paralelepípedos empoeirados para o Hotel Brasil. Somente o cantar dos galos quebrava todo o silêncio que encobria a cidade, como a lua que a iluminava. No hotel, o recepcionista acordou um tanto atordoado pelo sono. Pegou a chave e me conduziu ao quarto 03. A julgar pelo aparelho de TV com tela plana, pelo ar condicionado e pelo chuveiro elétrico, o quarto 03 do Hotel Brasil é um dos melhores, senão o melhor, no qual já fiquei desde o início das minhas atividades docentes em Canudos.

Liguei o ar para resfriar o quarto. Troquei de roupa e deitei para descansar da viagem de seis horas e meia. Acordei por volta das 11:30. Degustei um pequeno almoço, como diriam nossos patrícios portugueses, preparado por mim mesmo com ingredientes que eu mesmo levei na bagagem. Tudo muito básico como pede a bagagem típica de um andarilho. Enquanto degustava meu pequeno almoço, assisti TV. Ao terminar, troquei de roupa e me lancei à rua. Segui para o restaurante da Tia Léia, sempre tão simpática e com um maravilhoso tempero. Almocei na companhia de uma colega e em seguida retornei para o hotel. Antes, porém, passei no Mercado Ribeiro Jr. para comprar água, biscoitos e alguns doces, pois ninguém é de ferro. E foi no mercado que descobri que aquela quarta-feira seria diferente das anteriores.

Enquanto escolhia o que levar, ouvi duas moças conversando sobre o Cine Fest Brasil Canudos, um festival de cinema brasileiro patrocinado pelo BNDES, pela Vale do Rio Doce, pela prefeitura da cidade e idealizado/organizado pela produtora Inffinito, por meio do Circuito Inffinito de Festivais. Canudos é a única cidade brasileira inserida na programação oficial do Circuito, cujas apresentações das películas ocorrem na praça de eventos do município. Uma festa!

Voltei para o hotel, tomei um banho para aliviar o calor, troquei de roupa mais uma vez, escovei os dentes e segui para a faculdade onde leciono, localizada defronte ao Memorial Antônio Conselheiro. A aula com a turma da tarde correu como de costume. A turma da noite, entretanto, me pediu que a liberasse para que todos pudessem ir ao cinema. Cinema ao ar livre, iluminado pela lua cheia e pelas estrelas que, naquele dia, estavam especialmente deslumbrantes. Liberei todos porque, primeiro, como eles mesmos disseram, não é sempre que o cinema chega a Canudos e, ainda por cima, gratuito; segundo, porque eu também estava com muita vontade de assistir ao filme que seria exibido naquela noite, Besouro, de João Daniel Tikhomirof.

Gostei muito do filme, embora alguns diálogos tenham sido mal escritos, mal elaborados. Mas a produção é boa e as atuações satisfatórias, especialmente a do Ailton Carmo, o Besouro, belo, forte e senhor de uma emblemática nobreza. O melhor de tudo é ver um filme brasileiro que retrata a vida de um herói negro legendário com bastante dignidade. Melhor ainda é ir a um cinema onde o limite é o céu estrelado iluminado por uma imensa lua branca.

Foi a primeira vez que participei de uma sessão de cinema ao ar livre, em praça pública, cercado por quase toda a população da cidade. Velhos, crianças, adolescentes, adultos jovens, outros não tão jovens assim, bebês, comerciantes, professores, varredores de rua, políticos locais, enfim, estavam todos lá, confraternizando-se em torno do cinema como fazem os compadres em torno das fogueiras durante os festejos juninos. Para mim, essa foi uma experiência inesquecível que ficará para sempre retida nas minhas retinas e impregnada nos meus neurônios. As ruas repletas de gente, o colorido das roupas, as luzes da cidade, os pequenos bares, a sorveteria, a alegria estampada nos rostos das pessoas, o churrasquinho de carne de bode, regado por Guaraná Antártica (delícia!), os cachorros a pedir com os olhos um pedacinho do churrasco, enfim, todo o encanto de uma vida esfuziantemente pacata e besta, como a vida em Itabira.

Tudo em Canudos tem sido para mim surpreendentemente inesquecível. A história de bravura de uma gente que tombou sem jamais se render, seu povo hospitaleiro e gentil, sua beleza discreta feito um mandacaru em flor, seu luar selvagem, indomável e lindo (por Sílvio Benevides).
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Imagem: Memorial Antônio Conselheiro, Canudos/BA, por Sílvio Benevides.

domingo, 1 de agosto de 2010

Poema Falado: Depois do Filme

No panteão das antigas lendas gregas as deusas dançarinas, seguidoras de Vênus, receberam a alcunha de Graças. Consta que três elas eram: Aglaia, Tália e Eufrosina. A suavidade dos seus gestos, a leveza dos seus movimentos enchia de beleza, encantamento e alegria a alma de deuses e mortais. No panteão das minhas paixões, três são as graças: a Música, a Literatura e o Cinema. Do mesmo modo que as Cárites gregas, também estas, que dentro de mim habitam, inundam minha alma de beleza, encantamento e alegria, sobretudo, quando se encontram e, ao invés de três, tornam-se um único ser. Para celebrar esse encontro, o Poema Falado deste mês discorre com música e poesia toda a beleza, encantamento e alegria que o cinema é capaz de nos proporcionar. Com texto de Heitor Ferraz e música de Ennio Morricone, na voz graciosa da Dulce Pontes, este Poema Falado presta uma homenagem a filmes e artistas inesquecíveis. Boa leitura! (por Sílvio Benevides)
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Imagem: Antigo projetor, Cachoeira-BA, por Sílvio Benevides.