Nos caminhos dos morros secos da Chapada Diamantina, na Bahia, a ditadura militar também deixou suas marcas de terror. Foi lá que no dia 17 de setembro de 1971, o Exército brasileiro encerrou a perseguição ao capitão Carlos Lamarca, ao seu parceiro Zequinha Barreto e ao professor Luiz Antônio Santa Bárbara. Mesmo tendo ocorrido há 38 anos, as marcas dessa chacina ainda permanecem na região. Até por isso, com o nome de Celebração dos Mártires, há 10 anos a história é recontada no dia 17 de setembro em evento organizado pelo bispo da diocese de Barra, Luiz Flávio Cappio que, na última edição, anunciou a construção de um santuário no local do assassinato, nas veredas do povoado de Pintada, onde uma cruz já está erguida.
Neste ano as comemorações contaram com a presença de representantes dos governos federal e estadual, em campanha pela revisão da Lei de Anistia. Entre outros, estiveram lá o ministro Franklin Martins, o assessor especial da presidência da República, Carlos Tibúrcio, três secretários estaduais, o deputado federal Emiliano José (PT-BA), autor do livro Lamarca, o Capitão da Guerrilha, e o ex-governador Waldir Pires. Dom Cappio e representantes do governo evitaram dividir o mesmo palco, por conta das divergências quanto à transposição das águas do rio São Francisco, que levaram o bispo a fazer greve de fome. Mas o ministro Franklin Martins diluiu as divergências ao declarar: “Nós podemos falar à luz do dia o que fizemos. Eles não podem vir aqui à praça e dizer o que fizeram. Eles têm vergonha”.
A aparição e as declarações de Martins foram uma clara demonstração de que há força no governo federal a tese de rever a Lei de Anistia. “Zequinha e Lamarca não foram mortos só no dia 17 de setembro. Eles continuaram a ser mortos através do tempo. Não a morte física, mas a morte moral quando os acusavam de serem traidores, desertores, assassinos e terroristas. Os inimigos queriam assassiná-los moralmente para que o povo não reconhecesse o que eles eram. Mas aqueles que conviveram com eles sabem quem foram”, disse Martins, visivelmente emocionado.
Participaram também daquela celebração o filho de Carlos Marighela, Dirceu Rodrigues, Ieda Chaves e Dulce Maia (ex-exilados da Vanguarda Popular Revolucionária – VPR – que foram trocados pelo embaixador alemão Von Holleben, sequestrado em 1970); o cineasta Edgard Navarro, autor do filme Porta de Fogo (1982), sobre os últimos dias de Lamarca; a mãe de Santa Bárbara, Dona Maria; os irmãos de Zequinha Barreto, Olderico e Divá; e membros do Instituto Zequinha Barreto de Osasco, região metropolitana de São Paulo (por Pedro Caribe e Thais Barreto).
Neste ano as comemorações contaram com a presença de representantes dos governos federal e estadual, em campanha pela revisão da Lei de Anistia. Entre outros, estiveram lá o ministro Franklin Martins, o assessor especial da presidência da República, Carlos Tibúrcio, três secretários estaduais, o deputado federal Emiliano José (PT-BA), autor do livro Lamarca, o Capitão da Guerrilha, e o ex-governador Waldir Pires. Dom Cappio e representantes do governo evitaram dividir o mesmo palco, por conta das divergências quanto à transposição das águas do rio São Francisco, que levaram o bispo a fazer greve de fome. Mas o ministro Franklin Martins diluiu as divergências ao declarar: “Nós podemos falar à luz do dia o que fizemos. Eles não podem vir aqui à praça e dizer o que fizeram. Eles têm vergonha”.
A aparição e as declarações de Martins foram uma clara demonstração de que há força no governo federal a tese de rever a Lei de Anistia. “Zequinha e Lamarca não foram mortos só no dia 17 de setembro. Eles continuaram a ser mortos através do tempo. Não a morte física, mas a morte moral quando os acusavam de serem traidores, desertores, assassinos e terroristas. Os inimigos queriam assassiná-los moralmente para que o povo não reconhecesse o que eles eram. Mas aqueles que conviveram com eles sabem quem foram”, disse Martins, visivelmente emocionado.
Participaram também daquela celebração o filho de Carlos Marighela, Dirceu Rodrigues, Ieda Chaves e Dulce Maia (ex-exilados da Vanguarda Popular Revolucionária – VPR – que foram trocados pelo embaixador alemão Von Holleben, sequestrado em 1970); o cineasta Edgard Navarro, autor do filme Porta de Fogo (1982), sobre os últimos dias de Lamarca; a mãe de Santa Bárbara, Dona Maria; os irmãos de Zequinha Barreto, Olderico e Divá; e membros do Instituto Zequinha Barreto de Osasco, região metropolitana de São Paulo (por Pedro Caribe e Thais Barreto).
*
Imagem: Carlos Lamarca (Agência Estado).
Nenhum comentário:
Postar um comentário