Ontem a FIFA anunciou as doze cidades brasileiras que serão sedes dos jogos da Copa do Mundo de 2014. São elas: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Na terra do Senhor do Bonfim o anúncio foi comemorado no Pelourinho, com direito a show das bandas do Oludum e do Ilê Ayê; e também na partida entre Vitória e Grêmio pelo Campeonato Brasileiro no Barradão, com a participação da Ivete Sangalo e do Tatau, ex-Araketu. Depois da comemoração o que nos resta? Muito trabalho e algumas reflexões.
Como diz o Lucas Franco em seu blog Grande do Brasil nada mal para nosso ego saber que a cidade que gostamos atrairá os olhares de muita gente durante algum tempo. Bom também saber que ela ocupará para sempre um lugar na história do futebol internacional, principalmente se alguma partida aqui realizada passar “a ser rotulada de A batalha de Salvador”, tal qual “foram rotuladas de batalha de Berna em 1954 e batalha de Nuremberg em 2006”. Tudo isso é muito bom, mas é preciso considerar outras questões.
Na terra do Senhor do Bonfim o anúncio foi comemorado no Pelourinho, com direito a show das bandas do Oludum e do Ilê Ayê; e também na partida entre Vitória e Grêmio pelo Campeonato Brasileiro no Barradão, com a participação da Ivete Sangalo e do Tatau, ex-Araketu. Depois da comemoração o que nos resta? Muito trabalho e algumas reflexões.
Como diz o Lucas Franco em seu blog Grande do Brasil nada mal para nosso ego saber que a cidade que gostamos atrairá os olhares de muita gente durante algum tempo. Bom também saber que ela ocupará para sempre um lugar na história do futebol internacional, principalmente se alguma partida aqui realizada passar “a ser rotulada de A batalha de Salvador”, tal qual “foram rotuladas de batalha de Berna em 1954 e batalha de Nuremberg em 2006”. Tudo isso é muito bom, mas é preciso considerar outras questões.
Salvador é uma cidade que tem graves problemas de infra-estrutura, desde saneamento básico até segurança pública, passando por transporte, saúde e preservação das ruas e avenidas. Sem falar na incompetência dos nossos dirigentes e na corrupção política e de toda ordem que se materializa na forma de obras superfaturadas que, por sua vez, geram atrasos exaustivos de cronograma como aqueles do metrô, motivo de chacota de toda espécie. São grandes as providências e os problemas. Estaremos preparados para enfrentá-los e superá-los? Um evento do porte da copa do mundo atrairá, sem dúvida, grandes investimentos e a cidade ganhará muito dinheiro com isso. Os recursos gerados com a festa se reverterão, de fato, em benefícios para a população da cidade? Ou acontecerá como o carnaval, uma festa que gera bastante recurso para Salvador, mas estes, na prática, pouco (ou nada) acrescentam para a melhoria da vida cotidiana de milhões de soteropolitanos. Que opção faremos: seremos vitrine ou vidraça? É o que pergunta o dossiê elaborado pelo Sinaenco – Sindicato Nacional da Arquitetura e Engenharia. De acordo com o Portal Copa 2014, “Os desafios começam em problemas triviais, como o abominável hábito nacional de despejar o lixo nas ruas, ou usá-las como sanitários púbicos, até o atraso nacional na área de estradas, aeroportos transportes públicos, energia, telecomunicações ou saneamento. Os problemas envolvem questões de educação, segurança, saúde e, especialmente, as dificuldades de algumas cidades para manter os futuros estádios e evitar que se transformem em elefantes brancos”. Os questionamentos e desafios estão postos. E agora, Salvador? (por Sílvio Benevides).
Um comentário:
Há quem diga que a copa 'melhorará as 12 cidades envolvidas'. Mas melhorar para quem? Salvador é muito mais que uma cidade que nos últimos 2 anos construiu 2 shoopings centers e que loteia condomínios como antigas sesmarias: de nada adianta melhorar o nosso produto interno bruto se ele continuar predominando nos 'alphas viles' da vida. O que fará Salvador uma cidade melhor são diversos fatores, e certamente a copa não dá toda essa credibilidade que iremos alcançar tal feito, pois precisamos de metrô (ja estamos alcançando 3 milhões de pessoas), de hospitais e médicos, de escolas e professores, de obras e profissionais qualificados, profissionais estes que perdem o estímulo de exercer o seu ofício numa cidade onde a inversão de valores é tamanha que o desistímulo é uma consequência inevitável.
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