
Infelizmente, tudo leva a crer que os homens públicos desta cidade repleta de alegrias e encantos infindos nunca leram a Hannah Arendt. Se já a tivessem lido de certo não pautariam suas ações pela ganância e estupidez. O resultado dessas atitudes hoje tomadas não será testemunhado apenas pelas gerações futuras. Ao menos em Salvador as atuais gerações já podem colher os frutos amargos e podres do imediatismo que tem regido o Poder Executivo local, conforme atesta a nota publicada pela revista Veja na sua edição 2087 do dia 19 de novembro de 2008, abaixo reproduzida.
DIGA AO POVO QUE FUI – Neste ano, o prefeito de Salvador, João Henrique (PMDB), mudou a legislação local para permitir empreendimentos imobiliários nas matas próximas às praias da cidade. A medida voltou-se contra ele próprio. Sua casa no elegante condomínio de Alphaville foi tomada por mosquitos, escorpiões e até por barbeiros, insetos transmissores da doença de Chagas. O problema é tamanho que a mulher de João Henrique, Maria Luiza, decidiu que o casal se mudará. Segundo ambientalistas, a infestação foi provocada pelo desmatamento aprovado pelo prefeito.
Como é possível perceber, não precisaremos esperar muito tempo para sentirmos os efeitos nocivos das ações de uma gente cujo egoísmo, como bem o disse o Gilberto Gil, já virou um aleijão (por Sílvio Benevides).
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(Imagem: charge do Millôr Fernandes)
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