terça-feira, 27 de março de 2012

Poema Falado: LUA ADVERSA

No mês de março, quando tudo principiou, o POEMA FALADO traz o texto da sempre magnífica Cecília Meireles intitulado LUA ADVERSA. Trata-se de um poema que retrata as contradições humanas como um dado intrínseco à natureza humana dos seres humanos. Natureza esta repleta de fases como de fases é repleta a natureza da lua. Desde a primeira vez que li este poema, logo me identifiquei, pois como já escreveu outro poeta magnificamente eterno, o Walt Whitman, “sou amplo, contenho multidões”. E tais multidões por vezes se estranham, gerando conflitos, por vezes se irmanam em profunda harmonia. E é para celebrar as multidões multifacetadas que dentro de mim habitam, que trago o maravilhoso poema da não menos maravilhosa Cecília Meireles. Eis o texto: “Tenho fases, como a lua / Fases de andar escondida, / fases de vir para a rua... / Perdição da minha vida! / Perdição da vida minha! / Tenho fases de ser tua, / tenho outras de ser sozinha. // Fases que vão e que vêm, / no secreto calendário / que um astrólogo arbitrário / inventou para meu uso. // E roda a melancolia / seu interminável fuso! / Não me encontro com ninguém / (tenho fases, como a lua...) / No dia de alguém ser meu / não é dia de eu ser sua... / E, quando chega esse dia, / o outro desapareceu...” Boa áudio-leitura! (por Silvio Benevides)

Imagem: Rick Baldridge

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