segunda-feira, 21 de junho de 2010

Da série na sola do pé: JUIZ DE FORA

Quando se ouve falar em Minas Gerais, costuma-se lembrar logo do pão de queijo, do Juscelino Kubitschek, do Tancredo Neves, do Milton Nascimento, do Carlos Drummond de Andrade, das cidades históricas, da Inconfidência, do Tiradentes, do barroco, do Aleijadinho. Sem dúvida Minas Gerais tem muito a nos dizer e nos mostrar. Entretanto, não só de pedras exuberantes são formados os tesouros mineiros. Há pedras discretas, porém, não menos preciosas, que, também, provocam enorme encantamento. É o caso de Juiz de Fora.

Pode-se dizer que tudo em Juiz de Fora é deveras acolhedor. A começar pela rodoviária, um dos seus principais portões de entrada. Lá, a expressão “seja bem-vindo” não soa como palavras vazias soltas ao vento. Soa-nos, isto sim, como um discreto, mas intenso gesto acolhedor. E o que dizer das pessoas? Os cidadãos de Juiz de Fora, cuja designação até agora desconheço, são muito simpáticos. Uma simpatia sem estardalhaço, o que faz da simpatia algo ainda mais simpático.

Simpática, também, e não menos acolhedora, é a belíssima catedral da cidade cujo padroeiro é Santo Antônio, que em seus braços acolheu o Menino Jesus e, por intercessão dele, distribuiu calor para quem de frio padecia. Talvez por isso, tudo em Juiz de Fora seja tão acolhedor.

Quanto às suas veias e vias, diria que por esse aspecto, a cidade não é bonita, nem feia. Mas quem saberia dizer o que, ao certo, a beleza significa? Para ser bela, uma cidade não precisa ser esfuziante. Basta ser encantadora. E encantos não faltam a Juiz de Fora. Serras verdejantes, vida in natura aos borbotões, sem esquecer os seus jardins repletos de antúrios caprichosamente esculpidos pela natureza. São antúrios dos mais diversos tipos e origens. Antúrios de todas as cores. Uns grandes e robustos, outros, pequenos e franzinos; uns ainda verdes, outros bem maduros. Todos, porém, igualmente belos e por demais encantadores. É um verdadeiro espetáculo para retinas que vivem a buscar o belo. Quisera eu tê-los colhido um a um para saciar a sede das minhas máculas.

Bem, creio ter chegado a hora de encerrar essas breves linhas. De ti, Juiz de Fora, levo comigo uma enorme vontade de voltar, seja amanhã ou depois. Isso, contudo, Santo Antônio é quem dirá. Quanto a mim, cabe, apenas, esperar (por Sílvio Benevides).
*
Imagem: Centro de Juiz de Fora/MG, por Silvio Benevides.

2 comentários:

Hugo Gonçalves disse...

Sílvio, esta crônica é um maravilhoso relato de uma impressionante viagem que você realizou em Juiz de Fora, uma das mais belas cidades do Brasil. Um texto descritivo, parecendo um diário de bordo.

Anônimo disse...

Sílvio, o texto só me deu mais motivos para retornar a Minas Gerais, Estado que tenho um carinho especial. Juiz de Fora já está na minha lista para a próxima exploração cultural em MG.

Ana Mendes