terça-feira, 1 de abril de 2014

Reflexões sobre o golpe civil-militar de 1964

Estudantes do CCE relembram na UFRB o golpe de 1964
(Cachoeira/BA)
Neste 01/04/2014 o Brasil relembra o golpe civil-militar perpetrado pelas forças de oposição ao presidente João Goulart, assim como pela elite civil e militar brasileira que, naquele momento histórico, temia perder seus privilégios de classe devido aos inéditos avanços e conquistas políticas das forças de esquerda dentro e fora do governo. Alguns analistas políticos brasileiros, a exemplo do Jacob Gorender, classificam o golpe civil-militar de 1964 como um movimento de contra-revolução apoiado de forma ampla e irrestrita pelo governo dos EUA, uma espécie de patrocinador oficial de todas as ditaduras latino-americanas daquele período que se seguiram à ditadura brasileira. 

Estudantes de Artes Visuais relembram o golpe (Cachoeira/BA)
Cinco décadas após esse episódio que deu início a vinte e um anos de um regime ditatorial sangrento, o momento é propício à reflexão. O Estado e a sociedade brasileira estão, de fato, imunes a golpes e a ditaduras? O autoritarismo, a arrogância, a truculência e a violência das nossas chamadas forças de segurança deixaram de fazer vítimas? A tortura é, de fato, uma prática banida do nosso país, especialmente das nossas instituições policiais? A nossa democracia é sólida o suficiente para resistir aos ataques e à sanha voraz de uma elite econômica, política e intelectual que não deseja, de maneira alguma, abrir mão um milímetro sequer dos seus privilégios seculares? Os grandes veículos de comunicação, outrora grandes entusiastas do golpe e da ditadura, são, hoje, realmente democráticos? Até que ponto o apoio de ontem não se converterá no apoio de amanhã? Por que ainda não se teve coragem para guilhotinar a cabeça desse leviatã, como fizeram alguns de nossos vizinhos? E quanto ao alto clero da Igreja Católica? Teria aprendido a lição ou continuará sua cruzada implacável contra os infiéis? São questões sobre as quais devemos refletir para que o passado não se repita no presente. Como bem disse o Caetano Veloso, “é preciso estar a tento e forte”, sempre! (por Silvio Benevides

Reportagem Especial – 1964: Um Golpe Na História 

Há 50 anos o Brasil entrava no mais duradouro regime militar de sua história. Numa cadeia de acontecimentos que levaram à deposição do presidente João Goulart, forças civis e militares, governistas e oposicionistas, lutavam para fincar suas posições ideológicas na condução do país. A WebTV.UNEB reuniu especialistas e personalidades que viveram o momento para debater as causas e consequências do golpe militar de 1964.

   

Imagens: Silvio Benevides

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