Considerada por muitos como a
“Terra da Felicidade”, ou, ainda, a terra da mistura, do sol, da folia, do
carnaval e da alegria, Salvador está cada vez mais atolada num lamaceiro sem
fim. A violência em Salvador, e no Brasil como um todo, há muito já atingiu
contornos de guerra civil não declarada. A Copa das Confederações, que acaba de
iniciar, e a Copa do Mundo, que vem aí, foram trazidas não para se reverterem
em benefícios ao país, às cidades e aos seus cidadãos, como alardeia o discurso
oficial. Se olharmos direitinho, acho que já estamos perdendo. No caso de
Salvador, por exemplo, nenhum legado positivo esses eventos trarão para esta
tão aviltada urbe, como anuncia a corja política e empresarial que tomou conta
da cidade. Creio que eles irão mascarar nossas pústulas, nossas mazelas e todo
o horror pelo qual a população há décadas vem passando, especialmente, a
população de baixa renda e carente, a parte mais vulnerável deste jogo de
imundícies. Na antiga Fonte Nova havia uma vila olímpica, uma escola pública e
um ginásio de esportes. Na nova, “vendida” a uma cervejaria, temos tão somente
um estádio de futebol, com menor capacidade, e cercado de estacionamento por
todos os lados. Mas, como dizem os bobos da corte, agora pelo menos nossos
estádios, verdadeiros templos do futebol, se igualam aos dos europeus. Enquanto
isso, do lado de fora, amarga-se todo tipo de infortúnio e mal-estar social. O
pior, é que a violência crescente é só um dos acerbos sintomas (por Silvio Benevides).
Um dos mais procurados destinos
turísticos do Brasil e uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, a cidade do Salvador,
capital do Estado da Bahia, Brasil, vem sendo atingida por uma onda de
violência sem precedentes nestes últimos anos. De acordo com o Brazilian Center
for Latin American Studies (CEBELA), houve um aumento de mais de 250% de mortes
violentas na capital baiana. A fotógrafa da Agência Reuters, Lunae Parracho
viajou para Salvador a fim de documentar o treinamento high-tech do efetivo
policial, o trabalho da polícia nas favelas da cidade, das equipes de
homicídio, o sofrimento das vítimas da violência armada; e, também, para
retratar integrantes de grupos de narcotraficantes. As imagens podem ser vistas
abaixo (Traduzido do site Boston.com).
Imagens: Lunae Parracho/Reuters.
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