quarta-feira, 10 de abril de 2013

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Estádio da Fonte Nova em 2007

O texto abaixo tem circulado no facebook e sua autoria, ao que tudo indica, parece ser de um jovem que se chama Daniel Moraes. O interessante do texto é que ele nos chama a atenção para o fato de que, até agora, a Copa da FIFA de 2014 tem se configurado num grande engodo e, pior ainda, em um grande prejuízo para a população, isto é, o contribuinte-cidadão brasileiro,seja financeiro, político ou de qualquer outra ordem. Em Salvador, por exemplo, das inúmeras obras prometidas para eliminar o caos urbano no qual os soteropolitanos se encontram, nenhuma foi concretizada, exceto o próprio estádio, sem o qual não poderia haver jogo. Até mesmo o metrô, cujas obras se arrastam por mais de uma década e que seria um importante equipamento para dirimir o problema de mobilidade urbana na capital baiana, não tem prazo para entrar em operação. Os preparativos para a Copa de 2014 apenas confirmam que o brasileiro não sabe fazer planejamentos de longo prazo, que nossos governantes não se preocupam com o bem-estar da população, caso contrário se empenhariam com o mesmo afinco que se empenham para a Copa 2014 em solucionar nossos problemas com educação, saúde e segurança, por exemplo, e que nosso empresariado vislumbra tão somente aumentar suas vultosas margens de lucro sob os auspícios de políticos corruptos e inescrupulosos. Mas, o pior mesmo é ter de admitir que nosso povo se satisfaz com migalhas, desde que não lhes tire o circo (por Silvio Benevides).

Tá tudo muito bonito mas cabe uma crítica: O antigo estádio Octavio Mangabeira, mais conhecido como Fonte Nova, além de estádio de futebol era um verdadeiro complexo esportivo, dotado de Ginásio (Ginásio Esportivo Antônio Balbino - o “Balbininho”) e Vila Olímpica, que possuía a única piscina olímpica de Salvador (50mx25m).

Com esses equipamentos, a Fonte Nova além de receber jogos de futebol, era palco de lutas de boxe, campeonatos de judô e já recebeu até mesmo a seleção brasileira de vôlei. Muito além de proporcionar entretenimento, o Complexo Esportivo da Fonte Nova cumpria uma função social, uma vez que oferecia escolinha de ginástica, boxe, judô e natação a diversos alunos de escolas públicas, contribuindo para a formação de atletas no Estado da Bahia. O novo estádio também não possui pista de atletismo. Estima-se que cerca de 1,3 mil atletas foram prejudicados.

No âmbito da arquitetura, o estádio Octavio Mangabeira representava uma das grandes construções do estilo modernista do Brasil, de autoria, entre outros, do arquiteto Diógenes Rebouças com um bonito partido arquitetônico - a famosa “ferradura”. A demolição do estádio, não levou embora somente uma importante obra do modernismo no país, mas também um bem tombado pelo IPHAN, uma vez que o “Dique, com os limites atuais de suas águas, compreendendo os conjuntos urbanísticos e florestais dos vales que o circundam” foram tombados, em 1959.

Há de se observar que a Nova Fonte Nova, agora Itaipava Arena Fonte Nova, embora vá proporcionar muitas alegrias aos torcedores da Bahia e ao torcedor brasileiro em geral na Copa, é um empreendimento privado, que será palco apenas de jogos de futebol, shows, congressos etc, não cumprindo, assim, nenhuma função social de formar atletas e proporcionar lazer às crianças e jovens.

Imagem: Silvio Benevides.

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