Finda a greve da Polícia Militar baiana e o retorno ao suposto estado de normalidade (?!) cabe refletir sobre o acontecido. Fiquei a pensar sobre o que e como escrever a respeito. Pensei, li e achei o texto abaixo que expressa tudo aquilo que senti frente ao referido episódio, isto é, indignação. Indignação pelo falo de o Estado da Bahia ser governado por dirigentes ineptos; indignação por ver funcionários públicos, responsáveis pela segurança pública e por salvaguardar a lei, agindo como bandidos covardes ora ameaçando a população com atos de vandalismo torpe ora usando crianças e mulheres grávidas como escudo humano só para medir forças com o governo, levando-nos a crer se tratar de uma greve com fins “politiqueiros”, pois uma greve de verdade, aquela voltada para atender aos interesses da categoria que a deflagra, não se faz com ações que beiram o terrorismo (por Silvio Benevides).
Greve não se faz contra a cidadania – O direito irrestrito à greve não dá a nenhuma categoria permissão para aliar-se a bandidos ou insuflar a criminalidade, fazendo do pânico e da insegurança da população uma carta manchada de sangue na mesa de negociações.
Qualquer greve, mas, sobretudo, aquelas de categorias ligadas ao serviço público e dentro dele, em especial, os segmentos da saúde e da segurança, perde sua legitimidade, não apenas sindical, mas política e democrática, ao manifestar desprezo e descompromisso com a sorte e o destino de milhões de pessoas, sobretudo os mais humildes que tem apenas a esfera pública como abrigo de vida e direitos.
O PT, corretamente, sempre apoiou os movimentos grevistas ancorados em justas reivindicações salariais ou laborais. Não teria motivo para discriminar os trabalhadores das corporações policiais, desde que em mobilizações pautadas pelo discernimento da singularidade pública que os distingue [...] Sendo a expressão da sociedade existente, o poder de Estado caminhará sempre no meio fio entre a defesa do privilégio que representa e as pressões sociais destinadas a ampliar a prerrogativa democrática no comando das políticas públicas e na gestão da riqueza social. Avançar nesse sentido hoje na Bahia significa restituir o monopólio democrático da força ao Estado e devolver a segurança à sociedade, resgatando valores e regras que formam os laços da convivência compartilhada.
O que se anunciou como uma greve salarial – repita-se, em princípio, legítima – transfigurou-se no avesso do que deve ser o compromisso histórico número um dos trabalhadores, de seus sindicatos e dos partidos que os representam: defender a democracia e combater a desigualdade, fazer de sua luta e de sua emancipação uma conquista de toda a sociedade (por Saul Leblon para Carta Maior).
Imagem: Egi Santana
Greve não se faz contra a cidadania – O direito irrestrito à greve não dá a nenhuma categoria permissão para aliar-se a bandidos ou insuflar a criminalidade, fazendo do pânico e da insegurança da população uma carta manchada de sangue na mesa de negociações.
Qualquer greve, mas, sobretudo, aquelas de categorias ligadas ao serviço público e dentro dele, em especial, os segmentos da saúde e da segurança, perde sua legitimidade, não apenas sindical, mas política e democrática, ao manifestar desprezo e descompromisso com a sorte e o destino de milhões de pessoas, sobretudo os mais humildes que tem apenas a esfera pública como abrigo de vida e direitos.
O PT, corretamente, sempre apoiou os movimentos grevistas ancorados em justas reivindicações salariais ou laborais. Não teria motivo para discriminar os trabalhadores das corporações policiais, desde que em mobilizações pautadas pelo discernimento da singularidade pública que os distingue [...] Sendo a expressão da sociedade existente, o poder de Estado caminhará sempre no meio fio entre a defesa do privilégio que representa e as pressões sociais destinadas a ampliar a prerrogativa democrática no comando das políticas públicas e na gestão da riqueza social. Avançar nesse sentido hoje na Bahia significa restituir o monopólio democrático da força ao Estado e devolver a segurança à sociedade, resgatando valores e regras que formam os laços da convivência compartilhada.
O que se anunciou como uma greve salarial – repita-se, em princípio, legítima – transfigurou-se no avesso do que deve ser o compromisso histórico número um dos trabalhadores, de seus sindicatos e dos partidos que os representam: defender a democracia e combater a desigualdade, fazer de sua luta e de sua emancipação uma conquista de toda a sociedade (por Saul Leblon para Carta Maior).
Imagem: Egi Santana
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