Por que tanto medo dos homossexuais, deputado? Freud explica? Do que tem medo o deputado Jair Bolsonaro? Por que tanto ódio, tanta intolerância em relação aos homossexuais? Eu sei que muitos estudos psicanalíticos apontam que aquilo que as pessoas mais combatem é justamente o que existe de mais recôndito dentro delas. Exemplo: o moralista Edgar J. Hoover, que chefiou o FBI durante décadas, combatendo homossexuais e comunistas nos Estados Unidos, vestia-se de mulher, quando estava sozinho, no silêncio do seu quarto. Em breve, a história de Hoover, que será interpretado por Leonardo DiCaprio, chegará às telas do cinema. Assista ao filme, Bolsonaro, comendo uma pipoquinha.
Agora, para vocês, fãs do deputado, que já o elegeram por seis mandatos consecutivos, eu digo de uma vez por todas: acordem, o mundo mudou. Eu sei que muitos de vocês estão lotando o Twitter e disseminando mensagens de intolerância contra uma suposta “gaystapo”, numa alusão ao serviço secreto nazista de Hitler. Não tem graça. Os camisas pretas são vocês – e não as pessoas normais que repudiam a intolerância propagada pelo parlamentar mais ridículo do Brasil.
Nesta semana, uma coincidência colocou o deputado Bolsonaro em evidência justamente no dia em que se “comemoraram” 47 anos do golpe militar de 1964. Bolsonaro é uma das últimas viúvas da chamada “Revolução”. Um tempo em que militares musculosos marchavam em defesa da tradição, da família e da propriedade. E este é também o primeiro aniversário do golpe que tem Dilma, uma “terrorista”, na Presidência da República.
No mundo de hoje, o que se espera de Dilma? Que vire definitivamente a página mais vergonhosa da história brasileira. Primeiro, instituindo a Comissão da Verdade, tão temida e combatida pelos saudosistas de 1964. Depois, ela terá que alinhar o Brasil com o resto do mundo moderno, onde a agenda de direitos civis – que inclui temas como o casamento gay e a adoção de filhos por casais homossexuais – é discutida sem qualquer tipo de preconceito.
Por último, Bolsonaro, se cruzar com um gay por aí, relaxe. Puxe uma conversa. Quem sabe vocês não conseguem se entender? Seu eleitorado está morrendo. Já não se encontram mais tantas viúvas de 1964 por aí (por Leonardo Attuch para a revista Isto é – 2160).
Imagem: Quando o amor nasce é para todos, por Nuno Cunha
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