segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Suor, cerveja e os velhos problemas

O carnaval é a festa da desordem. Sobre isso muito já foi escrito. Durante o reinado do Momo a única ordem é promover a desordem, é extravasar a alegria contida e esquecer os problemas. Acontece que os problemas não desaparecem durante o carnaval. Embora esquecidos, eles continuam no mesmo lugar, a espreitar-nos. Alguns problemas são potencializados durante o verão, em especial, no período do carnaval. Um desses problemas é o chamado turismo sexual, uma das vertentes de um problema ainda mais grave, o tráfico de seres humanos. Um outro, não menos grave, é a exploração sexual de crianças e adolescentes, cujos casos aumentam consideravelmente durante o verão, em especial nas capitais do Nordeste. Para que possamos refletir sobre o assunto e o avanço dessas práticas na nossa cidade, conhecida como “terra da felicidade” e famosa pela receptividade e sensualidade de seu povo, o Salvador na sola do pé reproduz dois textos (vide postagens abaixo). O primeiro é o da campanha da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) sobre a exploração sexual de meninos e meninas. O segundo, um artigo sobre o tráfico de mulheres de autoria do sociólogo Antônio Jonas Dias Filho, publicado originalmente no jornal Correio da Bahia de 27/10/2002. Oito anos se passaram desde a publicação do referido artigo, mas os problemas do turismo sexual, do tráfico de seres humanos, em especial, de mulheres, assim como o da exploração sexual infanto-juvenil estão longe de ser coisa do passado na terra do Senhor do Bonfim. Reflitamos, pois, já que a indústria do carnaval só pensa em faturar alto e o resto, se não prejudicar os seus lucros exorbitantes, que se dane. Ao menos é o que tudo indica (por Sílvio Benevides).
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Imagem: O carnaval de Salvador, por Mr.Tym.

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