O deslocamento de turistas ao redor do mundo, em busca de aventuras sexuais, não é um fenômeno recente e nem tão pouco desconhecido das sociedades contemporâneas. Além disso, existem dados que comprovam que esta atividade ilegal é uma das que mais cresce no mundo ao ponto de se tornar um dos braços mais atuantes do tráfico internacional de seres humanos, de acordo com dados da ONU.
O turismo sexual se articula sob a forma de um circuito e movimenta viajantes internacionais por diversos lugares do mundo e em diversas épocas do ano, combinando ao mesmo tempo lazer e sexo. Essa circulação se dá principalmente entre os países ricos e os chamados emergentes e pobres. Os principais centros emissores são aqueles situados na Europa, com destaque para: Alemanha, Holanda, Suíça, Itália, Espanha e Portugal. Os principais centros receptores, hoje, são: República Dominicana, Brasil, Cuba, Gana, Senegal e Tailândia.
Para o Brasil, os países emissores de turistas sexuais são: Alemanha, Espanha e Itália. Eles se dirigem normalmente para os estados litorâneos, com destaque para: Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. A época mais procurada por eles é a alta estação, que vai de novembro a março. Porém, durante o ano inteiro é comum encontrar estrangeiros, geralmente nos estados litorâneos, acompanhados de mulheres e adolescentes nativas.
A preferência desses turistas recai sobre as mulheres e jovens negras e mestiças - mulatas ou morenas. Eles escolhem ainda, àquelas que tenham entre 15 e 23 anos, de acordo com entidades que defendem os direitos das crianças e adolescentes e entidades feministas que se dedicam a estudar o problema, como é o caso do Cedeca e do Projeto Chame, em Salvador.
Não é muito difícil entender o porque dessa predileção dos viajantes que chegam ao Brasil, em busca de lazer e sexo. Basta analisarmos as propagandas sobre o turismo no Brasil, veiculadas em outros países. Nelas existem muitos estereótipos e associações entre a sensualidade das mulheres brasileiras, as paisagens naturais e as atrações culturais como o Carnaval, por exemplo. Apesar de não acreditarmos que exista intencionalidade das empresas responsáveis por essas propagandas, no sentido de disseminar
O turismo sexual, entendemos que faltam critérios mais rígidos para disciplinar a circulação de cartazes, folders, vídeos e textos sobre o turismo nacional pois essa omissão tem tido um efeito direto no aumento da chegada de turistas sexuais nas últimas duas décadas. A despeito disso, o próprio comércio do turismo sexual tem uma forte propaganda em toda a Europa, EUA, Japão e Austrália e nessas peças o Brasil é incluído como uma dos principais centros receptores.
Entendemos que a forma como o esse tipo de turismo se organizou no Brasil, ao longo das duas últimas décadas, acelerou a implantação de uma outra atividade ilegal que é justamente o tráfico de mulheres e adolescentes. Essa hipótese se confirma quando cruzamos informações oficiais - divulgadas em jornais e dados de pesquisas realizadas por organizações de Direitos Humanos sediadas no país.
De acordo com algumas dessas fontes, a situação da emigração ilegal feminina, para prostituição, tem aumentado muito nos últimos anos na Europa: entre 1997 e 1999, por exemplo, a maioria das mulheres brasileiras que estavam em situação ilegal em Portugal, trabalhava como prostituta e tinha documentos falsos e na Suíça, entidades de defesa da mulher afirmam que cerca de 40% das mulheres que trabalham como dançarinas em nights clubs são brasileiras em situação ilegal. O chamariz para atrair mulheres e adolescentes para viajar até esses locais são agências de casamento com estrangeiros, agências de emprego e convites dos próprios turistas, que muitas vezes são agenciadores disfarçados que vivem desse tipo de atividade em seus países. A construção da identidade brasileira no exterior, ancorada em ícones como samba, carnaval, mulatas e futebol, contribui decisivamente para que fenômenos como esses, encontrem aqui um lugar privilegiado, tanto para visitação de turistas sedentos por viverem aventuras sexuais, quanto para atuação de agenciadores internacionais, que vêem nas brasileiras produtos de fácil e rentável aceitação no mercado internacional do sexo (por Antonio Jonas Dias Filho).
O turismo sexual se articula sob a forma de um circuito e movimenta viajantes internacionais por diversos lugares do mundo e em diversas épocas do ano, combinando ao mesmo tempo lazer e sexo. Essa circulação se dá principalmente entre os países ricos e os chamados emergentes e pobres. Os principais centros emissores são aqueles situados na Europa, com destaque para: Alemanha, Holanda, Suíça, Itália, Espanha e Portugal. Os principais centros receptores, hoje, são: República Dominicana, Brasil, Cuba, Gana, Senegal e Tailândia.
Para o Brasil, os países emissores de turistas sexuais são: Alemanha, Espanha e Itália. Eles se dirigem normalmente para os estados litorâneos, com destaque para: Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. A época mais procurada por eles é a alta estação, que vai de novembro a março. Porém, durante o ano inteiro é comum encontrar estrangeiros, geralmente nos estados litorâneos, acompanhados de mulheres e adolescentes nativas.
A preferência desses turistas recai sobre as mulheres e jovens negras e mestiças - mulatas ou morenas. Eles escolhem ainda, àquelas que tenham entre 15 e 23 anos, de acordo com entidades que defendem os direitos das crianças e adolescentes e entidades feministas que se dedicam a estudar o problema, como é o caso do Cedeca e do Projeto Chame, em Salvador.
Não é muito difícil entender o porque dessa predileção dos viajantes que chegam ao Brasil, em busca de lazer e sexo. Basta analisarmos as propagandas sobre o turismo no Brasil, veiculadas em outros países. Nelas existem muitos estereótipos e associações entre a sensualidade das mulheres brasileiras, as paisagens naturais e as atrações culturais como o Carnaval, por exemplo. Apesar de não acreditarmos que exista intencionalidade das empresas responsáveis por essas propagandas, no sentido de disseminar
O turismo sexual, entendemos que faltam critérios mais rígidos para disciplinar a circulação de cartazes, folders, vídeos e textos sobre o turismo nacional pois essa omissão tem tido um efeito direto no aumento da chegada de turistas sexuais nas últimas duas décadas. A despeito disso, o próprio comércio do turismo sexual tem uma forte propaganda em toda a Europa, EUA, Japão e Austrália e nessas peças o Brasil é incluído como uma dos principais centros receptores.
Entendemos que a forma como o esse tipo de turismo se organizou no Brasil, ao longo das duas últimas décadas, acelerou a implantação de uma outra atividade ilegal que é justamente o tráfico de mulheres e adolescentes. Essa hipótese se confirma quando cruzamos informações oficiais - divulgadas em jornais e dados de pesquisas realizadas por organizações de Direitos Humanos sediadas no país.
De acordo com algumas dessas fontes, a situação da emigração ilegal feminina, para prostituição, tem aumentado muito nos últimos anos na Europa: entre 1997 e 1999, por exemplo, a maioria das mulheres brasileiras que estavam em situação ilegal em Portugal, trabalhava como prostituta e tinha documentos falsos e na Suíça, entidades de defesa da mulher afirmam que cerca de 40% das mulheres que trabalham como dançarinas em nights clubs são brasileiras em situação ilegal. O chamariz para atrair mulheres e adolescentes para viajar até esses locais são agências de casamento com estrangeiros, agências de emprego e convites dos próprios turistas, que muitas vezes são agenciadores disfarçados que vivem desse tipo de atividade em seus países. A construção da identidade brasileira no exterior, ancorada em ícones como samba, carnaval, mulatas e futebol, contribui decisivamente para que fenômenos como esses, encontrem aqui um lugar privilegiado, tanto para visitação de turistas sedentos por viverem aventuras sexuais, quanto para atuação de agenciadores internacionais, que vêem nas brasileiras produtos de fácil e rentável aceitação no mercado internacional do sexo (por Antonio Jonas Dias Filho).
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Imagem: Desenho de Mário Brito (Marú) para campanha do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (CHAME) de combate ao turismo sexual em Salvador.
Imagem: Desenho de Mário Brito (Marú) para campanha do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (CHAME) de combate ao turismo sexual em Salvador.
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