Brasília, capital da República Federativa do Brasil, inaugurada aos 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek (JK). Brasília, sonho antigo do Brasil que em 2010 completará 50 anos de existência. Viva a Brasília!
Quando se ouve falar em Brasília, pensa-se logo na política brasileira, repleta de escândalos escabrosos e muita, muita sujeira. A cidade, então, fica estigmatizada a ponto de neutralizar nossa vontade em conhecê-la. O que há em Brasília para ver? O que há em Brasília para se fazer? Essas são perguntas freqüentes que costumam passar pela cabeça daqueles que pensam visitar a capital da República. Principalmente quando se mora em Salvador, cidade com inúmeros atrativos e com uma aura toda especial. Não tínhamos interesse em conhecer Brasília, pois fazíamos uma imagem negativa do que poderia ser a cidade planejada para ser a capital! Que surpresa boa encontramos!
É muito salutar aproveitar as oportunidades que surgem à nossa porta e foi isso que fizemos. Surgiu a oportunidade de conhecer Brasília e não a desperdiçamos. Queríamos viajar no período do carnaval e surgiu uma ótima promoção área para Brasília e não pensamos duas vezes. Combinamos e acertamos tudo. Passagens compradas e 20 dias para organizar a viagem.
Imaginando que Brasília era um pedaço de concreto no meio do nada, resolvemos organizar saídas do Distrito Federal (DF) e fazer pequenas viagens, a fim de conhecer outras cidades próximas à capital da República, onde poderíamos encontrar outros amigos e também nos aventurarmos por mares nunca dantes navegados. Assim, além de descobrir Brasília também conhecemos outras cidades: a surpreendente Anápolis, a pequena e aprazível Nerópolis, a doce e meiga Goiânia e a linda Pirenópolis, para onde não se deve levar jamais o Mastercard, pois lá com ele nada tem preço, uma vez que não é aceito em estabelecimento algum! Leve seu Visa e seja feliz. Conselho de amigos.
Mas a grande surpresa da viagem foi mesmo Brasília. Uma cidade completamente verde, mais verde que Salvador. O seu concreto é apenas visto nas lindas construções projetadas por Oscar Niemeyer. Ficamos de queixo caído. Brasília não é só concreto ou corrupção política. Nossa capital é também beleza, arte, natureza, esplendor, organização (às vezes nem parece Brasil), pujança e hospitalidade ímpar.
Os brasilienses que conhecemos foram hospitaleiros e nos receberam com muito carinho. Pode-se dizer que o brasiliense é um povo alegre e gentil. Extremamente gentil. O que faz uma cidade ser interessante são as pessoas que nela habitam. E nesse item Brasília é muito rica. Os brasilienses sabem receber um visitante tão bem quanto os soteropolitanos. Pensando bem, talvez recebam melhor, haja vista que o povo de Salvador, no geral, desconhece limites. Isso, no entanto, é outra história. Na visita que fizemos à capital do Brasil (nosso Brasil!) durante o carnaval, tivemos a sorte de conhecer pessoas magníficas e, por isso mesmo, inesquecíveis. Foram essas pessoas que nos deixaram com muita saudade de Brasília e uma vontade enorme de regressar.
O mais engraçado de tudo era que os brasilienses que encontramos não entendiam porque dois baianos fugiam do carnaval de Salvador, cidade onde eles gostariam de estar. E aproveitaram para fazer boas indicações de lugares que deveríamos conhecer em Brasília e regiões. É claro que eles já estão convidados para o carnaval 2011 e com direito a hospedagem e guias altamente qualificados e apaixonados por sua cidade. Será um enorme prazer retribuir tanta gentileza no melhor estilo baiano de ser.
Viajar é descolar-se, é descobrir-se. Descobrimos que o maior parque urbano do mundo, que supera até mesmo o Central Park de Nova York, fica localizado na asa sul do Plano Piloto da capital federal. É o Parque da Cidade de Brasília Sarah Kubitschek, popularmente conhecido como Parque da Cidade. Quem poderia imaginar? Pois é, o parque é belíssimo e ótimo para brincar, passear, exercitar-se e tudo mais que o uso saudável da imaginação permitir.
Aprendemos nessa viagem que falar de Brasília é falar de história e de responsabilidade política. E para conhecer um pouco da história da nossa capital, é fundamental uma visita ao Memorial JK. É incrível! Ah, e não pode deixar de fazer também a visita monitorada ao Congresso Nacional. Essa é de emocionar qualquer brasileiro. Imaginar que tudo do nosso país é resolvido nesse local, encheu-nos de uma forte e inexplicável emoção. E como bem disse a nossa competente e simpática guia, nós estávamos sentados na cadeira de alguém que vai nos representar através do nosso voto. É bom saber escolher. Urna não é latrina e o Congresso Nacional é um lugar de respeito e não um covil de facínoras. Pense bem nisto na hora de votar para presidente, senadores, deputados e governadores nas próximas eleições de outubro.
Outra visita que também deve ser feita é à Torre de TV, pois de lá é possível avistar todo Plano Piloto e o horizonte de Brasília, que parece não ter fim. E para incrementar nossa visita à capital, chegamos em um grande momento político e histórico de limpeza de governos corruptos. Isso mesmo! Na quinta-feira dia 11/02/2010, dia da nossa chegada, também foi a data que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decretou a prisão preventiva do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. O governador foi flagrado em um vídeo recebendo dinheiro de suposta propina no mês de novembro de 2009. Na ocasião, o advogado de Arruda havia dito que o dinheiro era para comprar panetones para pessoas carentes. Uma vergonha para nosso país e para o DF. E nesse mesmo dia vimos e ouvimos as manifestações dos brasilienses escritas em faixas, assim como, grupos organizados gritando: Arruda na Papuda! E à noite, o decreto foi aplicado. Ficamos orgulhosos do nosso país. E estávamos lá nesse dia!
A linda Brasília tem ao seu redor grandes cidades que não compartilham de sua beleza e isso nos fez pensar muito sobre a questão sócio-econômica do DF. Ou seja, Plano Piloto é para quem tem dinheiro. O alto custo de vida deixa isso claro, sobretudo, os preços dos aluguéis e dos imóveis. E, assim, Brasília vira Brasil com sua desigualdade social gritante vista, principalmente, nas chamadas cidades satélites. Na Ceilândia há "favelas" que chocam até mesmo aos olhos habituados a ver miséria no seu dia-a-dia, como os olhos dos soteropolitanos, por exemplo.
Não podemos deixar de agradecer ao nosso amigo-irmão Clóvis, cuja simpatia, generosidade e alegria em nos receber e nos apresentar de uma forma bem baiana a sua Brasília nos comoveu e encantou! Como já disse o Milton Nascimento, amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito, e é exatamente lá que o Clóvis estará até o último dia de nossas existências. Agora, amigo, cá entre nós, vai caminhar ao menos duas vezes por semana no Parque da Cidade, porque lá, além de saúde, é certo encontrar os mais variados remates de tecidos franzidos. Palavra de amigos (por Gina Carla Reis e Sílvio Benevides).
Quando se ouve falar em Brasília, pensa-se logo na política brasileira, repleta de escândalos escabrosos e muita, muita sujeira. A cidade, então, fica estigmatizada a ponto de neutralizar nossa vontade em conhecê-la. O que há em Brasília para ver? O que há em Brasília para se fazer? Essas são perguntas freqüentes que costumam passar pela cabeça daqueles que pensam visitar a capital da República. Principalmente quando se mora em Salvador, cidade com inúmeros atrativos e com uma aura toda especial. Não tínhamos interesse em conhecer Brasília, pois fazíamos uma imagem negativa do que poderia ser a cidade planejada para ser a capital! Que surpresa boa encontramos!
É muito salutar aproveitar as oportunidades que surgem à nossa porta e foi isso que fizemos. Surgiu a oportunidade de conhecer Brasília e não a desperdiçamos. Queríamos viajar no período do carnaval e surgiu uma ótima promoção área para Brasília e não pensamos duas vezes. Combinamos e acertamos tudo. Passagens compradas e 20 dias para organizar a viagem.
Imaginando que Brasília era um pedaço de concreto no meio do nada, resolvemos organizar saídas do Distrito Federal (DF) e fazer pequenas viagens, a fim de conhecer outras cidades próximas à capital da República, onde poderíamos encontrar outros amigos e também nos aventurarmos por mares nunca dantes navegados. Assim, além de descobrir Brasília também conhecemos outras cidades: a surpreendente Anápolis, a pequena e aprazível Nerópolis, a doce e meiga Goiânia e a linda Pirenópolis, para onde não se deve levar jamais o Mastercard, pois lá com ele nada tem preço, uma vez que não é aceito em estabelecimento algum! Leve seu Visa e seja feliz. Conselho de amigos.
Mas a grande surpresa da viagem foi mesmo Brasília. Uma cidade completamente verde, mais verde que Salvador. O seu concreto é apenas visto nas lindas construções projetadas por Oscar Niemeyer. Ficamos de queixo caído. Brasília não é só concreto ou corrupção política. Nossa capital é também beleza, arte, natureza, esplendor, organização (às vezes nem parece Brasil), pujança e hospitalidade ímpar.
Os brasilienses que conhecemos foram hospitaleiros e nos receberam com muito carinho. Pode-se dizer que o brasiliense é um povo alegre e gentil. Extremamente gentil. O que faz uma cidade ser interessante são as pessoas que nela habitam. E nesse item Brasília é muito rica. Os brasilienses sabem receber um visitante tão bem quanto os soteropolitanos. Pensando bem, talvez recebam melhor, haja vista que o povo de Salvador, no geral, desconhece limites. Isso, no entanto, é outra história. Na visita que fizemos à capital do Brasil (nosso Brasil!) durante o carnaval, tivemos a sorte de conhecer pessoas magníficas e, por isso mesmo, inesquecíveis. Foram essas pessoas que nos deixaram com muita saudade de Brasília e uma vontade enorme de regressar.
O mais engraçado de tudo era que os brasilienses que encontramos não entendiam porque dois baianos fugiam do carnaval de Salvador, cidade onde eles gostariam de estar. E aproveitaram para fazer boas indicações de lugares que deveríamos conhecer em Brasília e regiões. É claro que eles já estão convidados para o carnaval 2011 e com direito a hospedagem e guias altamente qualificados e apaixonados por sua cidade. Será um enorme prazer retribuir tanta gentileza no melhor estilo baiano de ser.
Viajar é descolar-se, é descobrir-se. Descobrimos que o maior parque urbano do mundo, que supera até mesmo o Central Park de Nova York, fica localizado na asa sul do Plano Piloto da capital federal. É o Parque da Cidade de Brasília Sarah Kubitschek, popularmente conhecido como Parque da Cidade. Quem poderia imaginar? Pois é, o parque é belíssimo e ótimo para brincar, passear, exercitar-se e tudo mais que o uso saudável da imaginação permitir.
Aprendemos nessa viagem que falar de Brasília é falar de história e de responsabilidade política. E para conhecer um pouco da história da nossa capital, é fundamental uma visita ao Memorial JK. É incrível! Ah, e não pode deixar de fazer também a visita monitorada ao Congresso Nacional. Essa é de emocionar qualquer brasileiro. Imaginar que tudo do nosso país é resolvido nesse local, encheu-nos de uma forte e inexplicável emoção. E como bem disse a nossa competente e simpática guia, nós estávamos sentados na cadeira de alguém que vai nos representar através do nosso voto. É bom saber escolher. Urna não é latrina e o Congresso Nacional é um lugar de respeito e não um covil de facínoras. Pense bem nisto na hora de votar para presidente, senadores, deputados e governadores nas próximas eleições de outubro.
Outra visita que também deve ser feita é à Torre de TV, pois de lá é possível avistar todo Plano Piloto e o horizonte de Brasília, que parece não ter fim. E para incrementar nossa visita à capital, chegamos em um grande momento político e histórico de limpeza de governos corruptos. Isso mesmo! Na quinta-feira dia 11/02/2010, dia da nossa chegada, também foi a data que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decretou a prisão preventiva do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. O governador foi flagrado em um vídeo recebendo dinheiro de suposta propina no mês de novembro de 2009. Na ocasião, o advogado de Arruda havia dito que o dinheiro era para comprar panetones para pessoas carentes. Uma vergonha para nosso país e para o DF. E nesse mesmo dia vimos e ouvimos as manifestações dos brasilienses escritas em faixas, assim como, grupos organizados gritando: Arruda na Papuda! E à noite, o decreto foi aplicado. Ficamos orgulhosos do nosso país. E estávamos lá nesse dia!
A linda Brasília tem ao seu redor grandes cidades que não compartilham de sua beleza e isso nos fez pensar muito sobre a questão sócio-econômica do DF. Ou seja, Plano Piloto é para quem tem dinheiro. O alto custo de vida deixa isso claro, sobretudo, os preços dos aluguéis e dos imóveis. E, assim, Brasília vira Brasil com sua desigualdade social gritante vista, principalmente, nas chamadas cidades satélites. Na Ceilândia há "favelas" que chocam até mesmo aos olhos habituados a ver miséria no seu dia-a-dia, como os olhos dos soteropolitanos, por exemplo.
Não podemos deixar de agradecer ao nosso amigo-irmão Clóvis, cuja simpatia, generosidade e alegria em nos receber e nos apresentar de uma forma bem baiana a sua Brasília nos comoveu e encantou! Como já disse o Milton Nascimento, amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito, e é exatamente lá que o Clóvis estará até o último dia de nossas existências. Agora, amigo, cá entre nós, vai caminhar ao menos duas vezes por semana no Parque da Cidade, porque lá, além de saúde, é certo encontrar os mais variados remates de tecidos franzidos. Palavra de amigos (por Gina Carla Reis e Sílvio Benevides).
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Imagem: Congresso Nacional, Brasília-DF, por Sílvio Benevides.