segunda-feira, 16 de março de 2009

Ou vai ou racha

A atual crise financeira nos mercados mundiais está obrigando aos arautos do neoliberalismo a rever seus valores. O que estaria acontecendo? Estariam esses arautos sob a influência de algum caboclo ou do espírito santo. Nem uma coisa, nem outra. A crise revelou os limites do mercado e a necessidade urgente de seu controle. Deixá-lo seguir desabaladamente sem nenhum ou pouco controle tem se revelado uma verdadeira tragédia anunciada. Para refletir sobre isso, trouxe para esse espaço o texto abaixo retirado do sítio do jornal Último Segundo.

Obama quer bloquear o pagamento de bônus aos dirigentes da AIG
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Obama classificou nesta segunda-feira como “degradante” o fato de a seguradora AIG ter pago US$ 165 milhões em bônus a diretores da companhia. O presidente icumbiu o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, a explorar todas as formas legais para bloquear o pagamento.

Em declarações na Casa Branca por ocasião da apresentação de um plano para ajudar as pequenas empresas, Obama afirmou que esses bônus, concedidos depois que AIG pediu ajuda ao governo para sobreviver, “ressalta a necessidade de uma reforma exaustiva no sistema regulador financeiro”.

Edward Liddy, executivo-chefe da AIG, considerou o pagamento dos bônus “desagradável”, mas disse que a seguradora é obrigada por contrato a fazê-los.

“Essa é uma corporação que se encontra em dificuldades financeiras devido à imprudência e à ganância”, disse Obama. “Sob tais circunstâncias, é difícil entender como operadores de derivativos justificam qualquer tipo de bônus, e muito menos US$ 165 milhões em pagamentos extras. Como eles justificam esse escândalo para os contribuintes que estão mantendo a empresa viva?”, questionou o presidente.

“Nos últimos seis meses, a AIG recebeu somas substanciais do Tesouro dos EUA”, diz a declaração de Obama. “Pedi ao secretário Geithner para perseguir todos os modos legais para bloquear esses bônus”, diz a declaração. “Não é apenas uma questão de dólares e centavos. É sobre nossos valores fundamentais”, disse o presidente norte-americano. “Em todo o país há pessoas que trabalham duro e cumprem suas responsabilidades todos os dias, sem o benefício de pacotes de socorro do governo ou bônus multimilionários. E todas as pessoas querem que todos, na economia real, no mercado financeiro e em Washington, joguem sob as mesmas regras” (Fonte: Último Segundo)
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2 comentários:

Lucas Franco disse...

Um grande problema dos governos, seja de super potências ou nações emergentes, é o benefício a quem menos se precisa. Pequenos empresários sofrem sem ter para onde correr: a carga tributária alta esgota boa parte do orçamento, impossibilitando a ousadia de de arriscar em empréstimos para tentar o crescimento. Por sinal, ser pequeno empresário é um négócio de risco: ou se mantém no eterno 'risco de estar estável' (numa espera pela tempestade, que vezes ou outra chega), ou se ousa crescer, com grandes possibilidades de com isso se afundar em dívidas. Os bancos tem altas taxas de juros, e o estado quer ver a AIG e companhia limitada crescerem, e não a padaria de seu Manoel da esquina. Está certo que o número de empregados da AIG é maior do que a de qualquer padaria, mas quantas padarias há em um país? Somando-se todos os seus funcionários, certamente dará um número maior do que qualquer corporação financeira, que acaba afundando por irresponsabilidade, e não por barreiras, afinal, o campo está aberto para os gigantes, eles é que tropeçam nos próprios passos, tamanha ambição e certeza de que, caso as coisas deem errado, o 'papai estado' vai passar a mão na sua cabeça, até o dia que um presidente (não sei se Obama manterá essa postura) bater o pé e disser quem fez errado irá assumir as consequências. Está certo que pode ir contra os interesses do seu próprio país, que pode perder muito dinheiro, mas vai em pró da ética e dos direitos iguais, além de ser uma lição de moral para não faltar sobriedade para nenhum grande no futuro.

SB-SSA disse...

Caro Lucas, concordo plenamente com suas palavras! Por isso yenho afirmando que a atual crise econômica nos mercados financeiros atuais é mais uma crise moral, ética e ideológica do que econômica propriamente dita. Se os valores não forem modificados urgentemente, continuaremos todos vulneráveis economicamente. Um abraço.