segunda-feira, 16 de março de 2009

É preciso estar atento e forte

Recebi o artigo abaixo por e-mail. Seu autor, um pesquisador dos movimentos juvenis, especialmente do movimento estudantil, vinculado à Universidade Federal de Pernambuco, tece sérias críticas à União Nacional dos Estudantes (UNE) e sua suposta íntima relação com as estruturas políticas do atual governo. Não é de hoje que governantes ora tentam neutralizar líderes de movimentos sociais, ora tentam cooptá-los, o que, em última instância, nada mais é do que uma maneira sutil de neutralizá-los. Com o governo Lula não poderia deixar de ser diferente. O que poderia haver de errado, então, com essa suposta relação UNE-Governo? Duas coisas: a primeira diz respeito aos recursos públicos destinados à reconstrução histórica de uma entidade que representa apenas um aspecto das lutas estudantis e juvenis. A UNE foi muito importante em outras décadas, mas hoje, penso que ela precisa rever seu papel na sociedade. O passado é importante, mas viver preso a ele indefinidamente não é saudável para ninguém. Dinheiro público é coisa muito séria e precisa ser rigorosamente fiscalizado e aqueles que dele se utilizam precisam sim explicar minuciosamente e exaustivamente para a sociedade onde tais recursos são aplicados. Segundo, deixar-se cooptar por governos pode significar o fim dos movimentos sociais, que precisam ser independentes dessas estruturas para que seu grito de protesto e indignação não seja abafado. Digo isso porque está na hora de os estudantes retomarem seu lugar na história do presente e do futuro. Reflitamos sobre essas questões (por Sílvio Benevides).

O joio e o trigo

O Estado Brasileiro está desperdiçando recursos públicos com a UNE, em nome de uma reconstituição histórica, que não é feita, para uma entidade que teve uma importância inquestionável no passado, mas que hoje é mesquinha, silenciosa, despreparada para debater as questões nacionais, implacável com os movimentos da juventude e totalmente alheia ao conjunto de oprimidos e oprimidas de nosso País.

Num artigo da presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) intitulado “Ontem e hoje: UNE em defesa da educação e contra a criminalização dos movimentos sociais”, postado no site da entidade, quando afirmou que “nesta semana os movimentos sociais estão sofrendo um verdadeiro ataque midiático, com pouca fundamentação, muita especulação e, especialmente, uma forte carga de intenção em desacreditar os lutadores e lutadoras do povo brasileiro”, a intenção é fazer acreditar que UNE, MST e centrais Sindicais estão em pé de igualdade na defesa dos interesses dos seus representados, na defesa da democracia e da justiça social e no tom das críticas recebidas da imprensa. Qual luta a UNE empreendeu nos últimos seis anos em defesa do povo brasileiro? A luta tem sido intransigente na defesa dos interesses pessoais do grupo majoritário que coordena a UNE (leia-se PC do B). E não é em benefício do povo brasileiro. A UNE deveria estar comemorando por existir pouca ação do Poder Judiciário para reaver os recursos públicos utilizados de forma tão mesquinha pela entidade. Ou por sair apenas uma crítica ali, uma pequena matéria acolá e haver a insatisfação silenciosa de milhões de brasileiros/as que estão pagando uma conta tão alta para beneficiar tão poucos.

É notório que o governo Lula está liberando recursos do povo para a UNE sem critérios públicos, mas pessoais e partidários. Por qual motivo que outras entidades estudantis, grupos juvenis ou projetos de jovens populares nada recebem? Criticar a imprensa é o modo mais mesquinho e covarde, principalmente se apoiando na luta do MST que, com todos os seus problemas e dificuldades, não se vendeu ou abandonou por completo as suas bandeiras históricas e a sua base de representados, como a UNE fez nos últimos anos. Vamos separar o joio do trigo (por Otávio Luiz Machado).
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Imagem retirada da internet. Autoria não encontrada.

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