Não! Não vou falar do carnaval de Salvador. Não vou falar de um carnaval que no discurso democraticamente correto prega a mistura, mas nas ruas o que se vê é a prática da segregação. São cordas para todos os lados. São camarotes à exaustão, de preços cada vez mais elevados, pois o que interessa é encher as burras de poucos e agradar quem traz dinheiro à mão. Não! Não me interessa esse carnaval de vitrine que oprime quem não pode ou não deseja pagar caro para se divertir ou simplesmente gozar a vida sem dar bola para a televisão. Quero meu carnaval de volta!
(por Sílvio Benevides)
Em clima de carnaval, Tobby entrevista um guru oriental, que faz incríveis previsões para o carnaval. É pra ver e se divertir, afinal, é tempo de sorrir!
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Imagem: logomarca oficial do carnaval de Salvador 2009
Um comentário:
iSerá que o carnaval é para todos? Onde?
É mesmo impossível não falar do carnaval!! Afinal, estamos bombardeados por ele quase que 100% por dia. Mesmo distante das ruas alimentamos essa maquina de fazer dinheiro de alguma maneira. Temos carnaval: nos canais de TV, nos jornais e mesmo aqui na internet...mas como bem fez Silvio devemos e podemos mudar o discurso dessa festa como sendo apenas a festa da felicidade!! Vamos questionar essa felicidade? Para quem é o carnaval hoje? Porque é assim? Cadê o carnaval que era do povo? Quem é esse todo que para qual o carnaval foi feito?
Eu concordo com Silvio sobre a segregação, mas acho que não devemos calar sobre o carnaval e sim alerta para essa segregação que ocorre no carnaval!!O que a tv mostra como Salvador a terra do carnaval democrático, nós soteropolitanos sabemos que a frase deve ser outro. Salvador virou a empresa do carnaval e aqui diverte-se quem paga mais. Você tem dinheiro? Então venha para o carnaval da Bahia!!
Nós soteropolitanos, saímos das ruas para abrir espaço para o turista que chegam do Brasil e do mundo com seu dinheiro para pagar os blocos protegidos por uma corda humana!! Como assim cordas humanas? Cordas formadas por Homens e Mulheres, mas na sua maioria são homens negros. O que eles fazem? Eles estão ali sendo explorada na sua força física, algo que lembra demais a situação dos escravos com seus senhores!! E sim, é apenas o pouco dinheiro que recebem para fazer esse ‘trabalho” que muda a nomenclatura . Eles são agora conhecidos como: “cordeiros” e assim não são escravos!??! Muito diferente, não acham? Sim, o que mesmo fazem os “ cordeiros”? Fazem essa corda humana para separar(segregar) os que estão dentro dos que estão fora dos blocos. Eles fazem isso por dinheiro, por sobrevivência e por essa sobrevivência são explorados ao maximo. Você já se perguntou quanto ganha um cordeiro por dia? E quanto ganha o cantor? E quanto ganha o empresário? Quanto se paga para sair no bloco protegido por “cordeiros”? Acho que você não vai gostar muito de saber. Bem, mas um cordeiro não ganha 1/3 de um salário mínimo para sair todos os dias puxando a corda do bloco protegendo as pessoas. E um bloco, a depender da fama da sua atração principal, cobra de seu associado para sair protegido por esse “cordeiro” 4 vezes o valor de um salário mínimo em alguns blocos. Você acha isso democrático? Mas, você pode pensar: mas quem não tem dinheiro vai para rua e se diverte também com as atrações e de graça! Engana-se!! Não é possível fazer isso com as cordas que acabam os espaço das ruas e para piorar a situação quem não gosta de fazer o percurso do blocos correndo atrás do trio protegido dentro das cordas tem a nova opção de segregação que são os camarotes que também cobram fortunas de quem deseja entrar e ficar assistindo protegido da violência. Isso é uma nova separação social!! Os Camarotes lotados por quem tem dinheiro tomam conta das calçadas e com isso acaba o espaço da rua e da calçada para quem não tem dinheiro. Então como falar de um carnaval democraticamente correto? Tenta você ir na rua e depois me diz!!
Então como fica os que não tem mais espaço nas ruas para fazer uma “pipoca”(pipoca são as pessoas que pulam feito pipoca mas sem a proteção das cordas) animada. Ou seja, ou cedemos a pressão empresarial com sua segregação ou nos retiramos da cena e damos lucro as mídias televisivas ou os que gostam muito da festa se sacrificam para pagar um bloco ou camarote para curtir de alguma maneiras a festa que se diz “popular”....Claro que para os corajosos ainda se acha um cantinho apertado para dá uma olhadinha , uma espiada em seu cantor favorito. Sendo que para isso se deve ter coragem porque a violência fica justamente para quem ta fora das cordas e das proteções dos camarotes. Eu, .ontem arrisquei essa experiência da pipoca!!Bem , sair muito cedo de casa para uma pequena espiada! As ruas tomadas por camarotes, as cordas, apertos e a violência. Voltei para a segurança da casa e fui falar com amigos que como eu fizeram a mesma escolha. O carnaval não é para todos mesmo!!!
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