terça-feira, 27 de setembro de 2011

Primavera

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera (por CECÍLIA MEIRELES).

Imagem: Silvio Benevides

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O altar da intolerância

A onda de violência contra LGBTs no país inteiro tem aumentado seu volume e intensidade, mostrando que há um ódio quase que fora de controle e feito vítimas, inclusive, heterossexuais. Eu fico a me perguntar de onde vem tanta raiva homofóbica, ódio aos homossexuais, tanta intolerância, tanta aversão aos que pretensamente escapam aos padrões da dita ou mal dita normalidade. Será que recorrer a Freud ajudaria, explicaria? Talvez. E se algumas correntes dedicadas a essa cruzada, de matriz medieval, fossem a Freud talvez se surpreendessem com as descobertas, se quisessem descobrir o fundo de tudo isso. Nenhuma dessas correntes, no entanto, se disporá a isso, por indisposição preliminar com o autor, por impossibilidade existencial, por medos atávicos.

Esse tsunami conservador, afora o que vem de mentes castrenses situadas ainda nos tempos da ditadura, é proveniente, em boa parte, de setores considerados cristãos, e nem adianta nominar todos eles, porque conhecidos. Constituem um amplo espectro, a juntar-se numa frente destinada a combater os homossexuais e a incentivar a homofobia, por mais que alguns jurem não fazê-lo. Estariam apenas salvando a família brasileira de quaisquer anomalias, como pretendem rotular as orientações sexuais diversas das pessoas. Não creio, no entanto, que tais ataques venham somente de cristãos. E devem ser analisados num contexto mais amplo.

Para além das formulações teóricas contra a homossexualidade, são muitos os ataques físicos contra homossexuais, violências inomináveis, agressões variadas, e isso não se transforma em escândalo. Há um preocupante silêncio ou, senão isso, uma espécie de aceitação tácita. Uma notícia aqui, outra acolá, e a vida segue, como se tudo isso fosse da rotina, como se fosse aceitável. Como se os homossexuais estivessem recebendo o que merecem. Triste, mas verdadeiro. E isso em um momento em que o movimento pelos direitos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais cresce em todo o país, com impressionantes movimentações de massa, como a que ocorre em São Paulo todo ano, e em vários outros Estados, e, também, registre-se, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer os direitos civis de casais homossexuais. Seria um momento positivo para a população LGBT, e é, mas há o outro lado da moeda, trágico.

Vivemos sob clima pesado


Não creio que possamos tratar isso como algo de somenos importância. E nem creio devamos subestimar isso do ponto de vista da cultura e da política. Digo que existe um caldo de cultura atrás disso. O caldo de cultura da intolerância, a tentativa sempre de descartar todos os que não estejam enquadrados nos códigos conservadores da normalidade. O clima é tão pesado que um pai e um filho foram agredidos porque estavam abraçados em público. A agressão decepou a orelha do cidadão. Claro, foram agredidos porque havia a certeza de que eram homossexuais. O pai esperava a namorada, e enquanto isso demonstrava o carinho pelo filho.

É um clima tão pesado que espectros da área militar, investidos de mandato parlamentar, se dão ao direito de agredir de maneira chula os homossexuais, sem que nada aconteça. O Parlamento também faz ouvidos de mercador, e resiste à possibilidade de criminalizar a homofobia, e essa resistência perpassa vários partidos, até mesmo parcelas de alguns considerados de esquerda. Pesado de tal forma, que jovens, que tenham aparência de homossexuais, são agredidos a golpes de pau nas ruas, sem quê nem pra quê, sem que encontrem explicações para isso, sequer razoáveis, salvo o fato de terem, se tiverem, orientação sexual diversa da considerada normal. E numa proporção assustadora, muitos são mortos, assassinados pura e simplesmente, não raramente com requintes de crueldade.

Cabe dizer que há um sentimento homofóbico na sociedade. Não podemos ignorar isso. O sentimento integra o cardápio de valores de nossa sociedade. Pesquisa realizada em 2009, pela Fundação Perseu Abramo em parceria com a fundação alemã Rosa Luxemburg Stiftung, indicou que a população brasileira acredita que existe preconceito contra travestis (93%), contra transexuais (91%), contra gays (92%), contra lésbicas (92%), contra bissexuais (90%). A maioria, no entanto, atribui o preconceito aos outros, não a si própria, curiosamente. Pela sucessão de agressões recentes, não parece que o problema seja dos outros.

E de onde viria esse sentimento? Quem sabe, de heranças ancestrais, cujas raízes podem estar fincadas no pior que exista da tradição religiosa. Ou então viria de estímulos histórico-culturais mais recentes, provenientes de um caldo de cultura que vem do nazifascismo e que tem se firmado especialmente na Europa dos últimos tempos.

O episódio da Noruega expressou isso com sangue, tragicamente, com dezenas de vítimas inocentes sacrificadas no altar da intolerância. O jovem assassino lamentavelmente encarna uma cultura de direita, presente na sociedade e atualmente em diversos governos europeus. Camerom, Sarkosy e Merkel são expressões destacadas do pensamento de direita e revelam isso, destacadamente, por uma impressionante islamofobia.

Há uma aversão aos diferentes, a todos os que não sejam brancos europeus. Um ódio aos imigrantes. Aos negros, aos muçulmanos, aos árabes, o que for diverso da ideia do europeu professado por essa ideologia que, por menos que se queira, guarda parentesco com o nazismo. Tem um quê de arianismo em tudo isso. E, sem dúvida, tem tudo a ver com racismo. Pretende-se uma limpeza étnica. Ou podemos também dizer que é um retorno a Torquemada. Sem tirar, nem por. É uma triste revisitação do passado, no que ele tem de pior, obscurantista, cruel, perverso.

Alguns poderão dizer “que exagero”. Que o sentimento homofóbico, que provoca tantas violências, tantos assassinatos, não tem a ver com o que acontece com a Europa. Creio que tem. É a revelação, no plano da política, de uma visão de direita do mundo. Poderíamos, mas para mim seria temerário pela escassez de conhecimento teórico nesse campo, ir fundo no terreno da psicanálise e buscar outras motivações. Que medo estaria por detrás de tanta raiva aos homossexuais?

Para além disso, das análises especialmente psicanalíticas, que não devo adentrar por insuficiência teórica, arrisco-me a dizer, a Tony Negri e Giuseppe Cocco, que há um medo da multidão. Quanto mais a multidão vai para as ruas, a multidão de homossexuais, mais aguça o sentimento homofóbico presente na sociedade. A multidão gay aterroriza. E por que aterroriza? Essa multidão só tem ido às ruas em festa. E em luta. Luta em defesa de seus direitos, direitos do humano, já consagrados pela ONU, e cada vez mais fixados pela Justiça no Brasil.

A Noel Rosa, a multidão gay não quer converter ninguém, só quer mostrar que faz samba também. E que não vai abrir mão de sua existência, do direito de proclamar o amor que pulsa em seu coração. Que mal faz o amor homossexual a qualquer fundamento da sociedade? Que prejuízos ele traz? A multidão gay só quer dizer que toda maneira de amar vale a pena.

Estamos diante de uma luta político-cultural. Que envolve a trincheira dos valores morais, no sentido amplo da palavra. E é nesse terreno, no terreno da cultura, que se estabelece a hegemonia de uma sociedade. Essa batalha em torno de valores morais deu-se durante a campanha de 2010, com o impressionante ataque que o candidato derrotado, José Serra, fez contra direitos das mulheres brasileiras. Temos que desenvolver a luta política também no campo dos valores.

Não é possível qualquer conciliação com as consequências que a homofobia provoca. Ela é retrógrada e é politicamente perigosa, é caldo de cultura para o desenvolvimento de outras intolerâncias. Caminha na contramão de uma sociedade fraterna, solidária, que seja capaz de congregar a todos, sem a pretensão de que sejam iguais. A homofobia guarda parentesco com o racismo, com todo tipo de exclusão, com o ódio aos diferentes, com a repulsa aos direitos humanos, se coloca contra tudo que um programa político democrático-libertário defende.

Não creio que aos partidos de esquerda, todos, adeptos do Estado laico, defensores da democracia e do socialismo, entusiastas da diversidade, do respeito às diferenças, seja possível ficar indiferentes à luta contra essa cruzada homofóbica, de corte tão conservadora e, não custa usar a palavra que parece antiga, tão reacionária. Essa cruzada nos leva de volta, como já disse, ao medievo trevoso. É preciso reagir politicamente a ela. Estabelecer o confronto, no sentido político-cultural. Opor a ela o Estado laico, o Estado de direito democrático, o direito da escolha das pessoas – todo mundo é livre para desenvolver sua orientação sexual, desde que não prejudique outra pessoa, e ponto.

O que fazer?


Se quisermos tratar as coisas no âmbito religioso, cabe proclamar abertamente que nenhuma religião tem o direito de impor seus valores a quem quer que seja. Nenhuma. Todas as religiões devem ser respeitadas. Todas têm o direito de defender os seus pontos de vista. Nunca de pretender que o Estado siga suas diretrizes. Nunca. Isso acabou já há muito tempo, e talvez possamos lembrar o marco da Revolução Francesa. O Estado democrático tem a obrigação de garantir a liberdade de crença, de todos. E tem a obrigação, também, como Estado laico, de não se submeter a nenhuma. Essa é uma característica do Estado moderno. Não podemos retroagir.

E depois de lembrar isso, defendo que é fundamental a luta dos partidos de esquerda e de todos aqueles que professam o respeito aos direitos humanos em favor da diversidade em sentido amplo, e do direito dos homossexuais, no particular, já que esses têm sido vítimas de tanta violência. O silêncio não é boa companhia nesses casos. E creio que a questão é muito séria para que nos deixemos levar apenas por razões circunstanciais – como a de dizer que a sociedade é conservadora, e que nós devemos tomar cuidado em relação ao assunto para não nos prejudicarmos politicamente. Um pouco de Iluminismo não faz mal a ninguém. Nessa luta, não dá para bancar Pôncio Pilatos.

Uma parcela da Câmara Federal, lamentavelmente, também entrou na cruzada homofóbica, e alguns movimentos parlamentares tiveram a marca da chantagem, sempre liderados por grupos religiosos de variada extração, todos de matriz cristã e envolvendo parlamentares de várias siglas partidárias. Eu não imaginava mais ver esse tipo de ação político-religiosa, pressões de credos religiosos pretendendo constranger o Estado a se curvar diante de suas crenças e convicções. E sei que há uma multidão de cristãos que não comunga com esse tipo de política.

Devemos proclamar que, à falta de iniciativa legislativa, foi corretíssima a decisão do STF de estender direitos a casais homossexuais. Devemos defender a criminalização da homofobia. Sustentar os direitos legítimos dos gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Assim como defendemos os direitos das mulheres, dos negros, dos índios e de todo o povo brasileiro. Somos diversos, temos diferenças de variada natureza, e devemos saber respeitar e valorizar as diferenças, e com esse respeito, construir uma sociedade cada vez mais solidária, justa e fraterna.

O caminho do silêncio, da omissão política é grave. Ninguém que comungue do pensamento de esquerda ou, ao menos, que se perfile teoricamente numa visão iluminista do mundo, pode se dar ao luxo de ficar de braços cruzados, silente. É inevitável a lembrança de Maiakóvski.

Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor do nosso jardim, e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada”.

A mim me basta, e creio que a todo o pensamento progressista e de esquerda, que o Estado continue laico, que se dê a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. É pouco: voltar à Revolução Francesa e a seus princípios fundadores. Só isso. Insista-se também: não é possível abrir mão da luta constante, permanente, cotidiana, em defesa da diversidade, do respeito às diferenças de qualquer natureza. Isso é da essência do pensamento democrático, da continuidade da afirmação da democracia. É uma luta própria da revolução democrática em curso no Brasil (por Emiliano José).


Imagem: Mikel Merton

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

POEMA FALADO: Poema dos olhos da Amada

Il n'y a pas de Garbo! Il n'y a pas de Dietrich! Il n'y a que Louise Brooks!” (Henri Langlois). O Poema Falado deste mês visa homenagear a mais bela, magnífica e fascinante atriz que o cinema já revelou ao mundo em todos os tempos. Refiro-me a LOUISE BROOKS, estrela maior do cinema mudo e uma personalidade a quem muito admiro. Para lhe render tributos mil, o não menos magnífico texto do Vinícius de Moraes, Poema dos olhos da Amada, traduzido e interpretado pela igualmente fascinante atriz francesa Jeanne Moreau. Diz o poema: “Ó minha amada, que olhos os teus! São cais noturnos cheios de adeus. São docas mansas, trilhando luzes que brilham longe, longe dos breus... Ó minha amada, que olhos os teus! Quanto mistério nos olhos teus! Quantos saveiros, quantos navios, quantos naufrágios nos olhos teus... Ó minha amada, que olhos os teus! Se Deus houvera, fizera-os Deus, pois não os fizera quem não soubera que há muitas eras nos olhos teus. Ah, minha amada, de olhos ateus! Cria a esperança nos olhos meus. De verem um dia o olhar mendigo da poesia nos olhos teus” (Vinícius de Moraes / Paulo Soledae). TRADUÇÃO para o francês: “Ô bien-aimée, quels yeux tes yeux! Embarcadères la nuit, bruissant de mille adieux des digues silencieuses qui guettent les lumières. Loin... si loin dans le noir… Ô bien-aimée, quels yeux... tes yeux! Tous ces mystères dans tes yeux! Tous ces navires, tous ces voiliers… Tous ces naufrages dans tes yeux! Ô ma bien-aimée aux yeux païens… Un jour, si Dieu voulait, un jour... dans tes yeux… Je verrais de la poésie, le regard implorant... Ô ma bien-aimée, quels yeux... tes yeux!" (Jeanne Moreau / Dominique Dreyfus). Dito isto, resta-me, então, desejar boa vídeo-leitura!




Imagem: Paul Mundt Collection

Louise Brooks, a eterna Lulu

Tomei a liberdade de publicar nesse espaço o texto abaixo, de autoria do economista Carlos Eduardo A. Martins, sobre a fenomenal Louise Brooks. Diz o texto aqui reproduzido de forma resumida:

Seria fácil mitificar “Brooksie”. Não é qualquer atriz que, naqueles tempos, tinha coragem de mandar o establishment dos grandes estúdios de Hollywwod às favas. Não é qualquer mulher que se tornou um ícone visual dos anos 20, a “melindrosa” par excellence. Ou que serviu de inspiração para não menos do que duas personagens de quadrinhos, separadas por quase quatro décadas – Dixie Dugan, de John H. Striebel (por sua vez derivada de um folhetim baseado em Brooks, Show Girl, de J. P. McEvoy ), e Valentina, de Guido Crepax -, além de músicas e vídeos. E, contrariando o estereótipo hollywoodiano, sem ter sequer completado o segundo grau era uma ávida leitora cuja dieta literária incluía Schopenhauer e Nietzsche, Goethe e Proust, e mais tarde se revelaria uma ótima articulista. Mas qualquer mitificação significaria reduzir a mero clichê uma personalidade riquíssima, complexa e contraditória.

Mary Louise Brooks nasceu em Cherryvale, Kansas, EUA em 14 de novembro de 1906. De sua mãe Myra e de sua vizinha Marcella “Tot” Strickler, ambas talentosas pianistas, Louise herdou o amor pela música. E logo desenvolveu uma nova paixão: a dança. Sua estréia como dançarina se deu aos quatro anos, numa produção beneficente da igreja local. Aos dez, já se apresentava em vários espetáculos em Cherryvale e nas cidades vizinhas, e foi nessa época que, por iniciativa de Myra, adotou o corte “pajem” que se tornaria uma de suas marcas distintivas.

Ainda adolescente, Louise entrou como estudante para a então jovem companhia de dança Denishawn, de Ted Shawn, Ruth St. Denis, Charles Weidman e Martha Graham, pioneiros da dança moderna nos Estados Unidos, e com eles deixou Wichita, para onde sua família tinha se mudado, rumo a New York.

Ser uma “denishawner” significava entrega total. Aos contínuos exercícios e ensaios numa ampla variedade de técnicas e estilos, às exaustivas turnês anuais por dezenas de cidades, e a uma estética que enfatizava graça e expressividade, atributos que para Louise eram dons naturais. Nesses aspectos, a participação de Louise foi brilhante. Em apenas seis meses, passou de estudante a contratada. E no segundo ano já era co-protagonista ou solista de vários números do crescente repertório, cujas coreografias igualmente se tornavam mais e mais elaboradas.

Juntamente com o talento, Louise logo demonstrou ter uma personalidade forte, impetuosa, refratária à autoridade e muitas vezes intratável, o que a levaria a um confronto com Ruth St. Denis. Pois Denishawn requeria mais: de um lado, a estrita obediência a um rígido código moral, ao qual Louise, de há muito sexualmente ativa, não aceitava se submeter; de outro, uma veneração quase servil a St. Denis, o que a personalidade altiva de Louise igualmente rejeitava. Foi St. Denis que a despediu - publicamente, diante de todo o grupo –, antes de Louise completar seu segundo ano com a companhia. Não por falta de empenho ou talento; por não ter a “atitude” correta.

Injustiçada (ou pelo menos assim se sentindo), rejeitada, humilhada e desempregada, só restaria a Louise voltar para Wichita - não fosse por Barbara Bennett (irmã das futuras atrizes Constance e Joan), de quem se tornara amiga. No mesmo dia Barbara lhe arranjou uma entrevista com George White, produtor da revista musical Scandals, o qual imediatamente contratou Louise como corista. Scandals era o segundo mais famoso e luxuoso espetáculo do gênero, perdendo apenas para as Follies de Florenz Ziegfeld. No ano seguinte, depois de uma curta, bem sucedida e solitária temporada solo em Londres após deixar Scandals, Louise estava no elenco da versão de 1925 de Follies.

Em plena Era do Jazz, New York fervilhava - nos bares clandestinos e nos clubes sofisticados, nos palcos da Broadway e nos salões dos milionários. O dinheiro corria solto, e, pelo menos entre os endinheirados, os costumes corriam frouxos e a promiscuidade e a inconsqüência imperavam, um Zeitgeist captado à perfeição por Cole Porter em 1927: Let's Misbehave. Não faltavam cavalheiros que assediassem coristas – e as de Ziegfeld eram as mais requisitadas.

Em princípio, a função das coristas era se deixar exibir como troféu e adornar as mesas de seus patronos. Nem sempre o compromisso se estendia até a cama, mas quando tal acontecia, o que não era raro, estava implícito no acordo tácito. Em contrapartida, as acompanhantes eram generosamente presenteadas com peles e jóias ou mesmo confortavelmente instaladas em hotéis luxuosos. Para Louise, tanto fazia. Sexo, desde que o parceiro lhe agradasse, nunca foi problema para ela. Ao longo da vida, teve incontáveis romances – breves, longos ou interminentes –, incluindo um curto e tórrido caso com Charles Chaplin no verão de 1925. Da mesma forma, embora gostasse da “boa vida” (e, confessadamente, tivesse um fraco por roupas), jamais se preocupou em amealhar bens. Era uma sensualista, e a ela interessava a satisfação momentânea, emocional, sexual e material, não a posse.

Não eram só os pretendentes que rondavam os bastidores das revistas. Os olheiros dos estúdios cinematográficos também estavam permanentemente à cata de novas caras – e novos corpos. Ao contrário de suas colegas, Louise não tinha grande interesse pelo cinema, que considerava um meio menor, opinião que era compartilhada pelo pessoal direta ou indiretamente ligado ao teatro. Assim como, com razão, achava o trabalho como corista incomparavelmente pobre em comparação com a dança, em particular o que havia realizado em sua temporada com Denishawn.

Talvez tenha sido essa insatisfação que a levou a, finalmente, aceitar fazer um teste para o cinema, talvez tenha sido um capricho, talvez tenha sido a insistência de seu amante Walter Wanger, um dos principais produtores da Paramount, talvez tenha sido outro traço de sua personalidade, a inconstância, talvez tenha sido a perspectiva de uma fonte adicional de renda (segundo a própria Louise, o dinheiro foi sua única motivação para ingressar na carreira cinematográfica). A indústria cinematográfica estava se transferindo de New York para Hollywood, mas ainda mantinha escritórios e estúdios na Costa Leste. Isso significava que Louise poderia filmar durante o dia, atuar nas Follies durante a noite, e ainda aproveitar as noitadas novaiorquinas.

Seja como for, Louise um dia se viu fazendo o teste para uma figuração em O Mendigo Elegante (The Street of Forgotten Men). Extremamamente crítica com relação a seu próprio desempenho, Louise achou seu teste péssimo. Mas o estúdio teve outra opinião, e a participação de Louise foi mantida na montagem final. Logo em seguida não só a Paramount como também a MGM lhe ofereceram contratos. Louise optou pela primeira, e foi logo escalada para uma ponta em Vênus Americana (The American Venus).

Louise não tinha muito a fazer senão enfeitar o cenário, o que fez além das expectativas. Uma foto promocional em que aparecia quase nua da cintura para cima, com apenas duas estreitas faixas lhe cobrindo parcialmente os seios, numa pose desafiadora, mãos nos quadris, foi fartamente reproduzida pela imprensa. A partir daí, era impossível ignorar a novata. E os críticos, longe de a ignorarem, destacaram sua presença em cena embora o filme não tenha sido muito bem recebido.

Nos três anos seguintes Louise fez mais doze filmes, todos - com uma única exceção - comediolas bobas, no máximo um melodrama. Muitos desses filmes se perderam ou só existem em cinematecas, e portanto não accessíveis ao público de hoje. Louise fora contratada pela beleza, e dela não se esperavam grandes dotes dramáticos. Mas gradativamente, por uma mistura de intuição, observação e talento natural, e apesar de não ter qualquer treinamento formal como atriz, foi dominando a arte de representar. O que não escapou aos críticos, que logo passaram a elogiar-lhe o desempenho, mesmo quando o papel não exigia muito dela.

A exceção veio em 1928 com Mendigos da Vida (Beggars of Life), de William Wellman, sobre um grupo de hoboes, vagabundos que viviam em vagões de carga de um canto para outro, e pela primeira vez Louise teve a oportunidade de realmente mostrar que sabia atuar. O papel de Louise, de uma fugitiva disfarçada de rapaz, implicava que aparecesse desglamorizada, o que enfatizava seu desempeho como atriz. Nesse meio tempo, os fãs também se haviam apaixonado pela jovem de olhar magnético e cabelos à la Príncipe Valente. Louise era uma das campeãs de correspondência da Paramount. Seu rosto aparecia repetidamente nas capas das mais prestigiosas revistas especializadas. De “novidade interessante”, havia passado à categoria de “estrela ascendente”.

Seu casamento com o diretor Eddie Sutherland, marcado por repetidas infidelidades de parte a parte, havia fracassado (também tipicamente, Louise recusou a pensão alimentícia a que teria direito bem como qualquer outra compensação material). A frivolidade e a pobreza intelectual de Hollywood, para onde tinha se mudado, lhe eram insuportáveis, e sempre que podia fugia para seu círculo de amigos novaiorquinos e para os braços de seu mentor e amante recorrente George Marshall.

No ano seguinte, Louise voltaria ao padrão dominante em sua carreira. Em O Drama de uma Noite (The Canary Murder Case), de Malcolm St. Clair, fez o papel de uma corista de teatro de revista, a "canária" do título original. Embora a personagem fosse crucial para a trama, de novo o papel não exigia muito de Louise como atriz. Baseado num popularíssimo romance de mistério escrito por S. S. Van Dyne (pseudônimo de Willard Huntington Wright), Drama era uma grande aposta da Paramount, mas ficou longe de ser o sucesso de bilheteria esperado. Mesmo assim, foi indiretamente um divisor de águas na vida de Louise.

O contrato de Louise com a Paramount estava chegando ao fim, e cabia ao estúdio optar por renová-lo ou não. Louise estava em ascensão, e o estúdio não tinha por que a dispensar. Era praxe, nos casos de renovação, conceder aos contratados um aumento de salário, e era o que Louise esperava quando foi chamada para uma reunião com o chefão da Paramount, B. P. Schulberg. Para sua surpresa, Schulberg declarou sumariamente que ou ela aceitava renovar pelo mesmo salário ou seria dispensada. E, para pasmo de Schulberg, Louise optou pela segunda alternativa.

Não foi apenas uma decisão voluntariosa. Na véspera, George Marshall lhe havia dito que não cedesse à pressão, pois ele sabia que um diretor alemão estava interessado em contratá-la para um filme “muito famoso” – e por um salário maior. Marshall sabia do que estava falando. No momento em que Louise deixou a sala do chefão da Paramount, sem contrato e sem emprego, a secretária de Schulberg lhe entregou um telegrama que havia sido endereçado ao estúdio. Era um convite do diretor Georg Whilhelm Pabst para que ela fizesse um teste para o papel de Lulu em A Caixa de Pandora.

Louise nunca tinha ouvido falar de Pabst, muito menos das peças de Frank Wedekind nas quais se baseava o roteiro do filme. E nem de longe supunha que a escolha da atriz que faria Lulu havia se tornado na Alemanha o objeto de uma busca frenética só comparável à que, dez anos depois, cercaria a escolha da intérprete de Scarlett O'Hara em E o Vento Levou.

Se a escolha da inglesa Vivien Leigh como Scarlett foi polêmica, muito mais celeuma causou Pabst ao optar por uma pouco conhecida atriz estadunidense para o papel de Lulu. Pabst havia entrevistado dezenas de atrizes, incluindo a Marlene Dietrich pré-Anjo Azul, mas nenhuma correspondia à visão que tinha de sua Lulu. Até que, já desesperado, viu umas poucas cenas de Louise em A Girl in Every Port, e teve seu estalo.

Pabst, Lulu e Louise foram feitos um para o outro. Pabst não sabia que Louise, assim como a personagem, era dançarina. O inverso se dava, já que Louise não havia lido o roteiro. Louise tampouco sabia que Pabst dava a seus filmes um tratamento coreográfico, da direção de cena à montagem. Ou que era um expoente do estilo que seria rotulado de “nova objetividade” (que conservava algumas inovações formais de expressionismo, mas lhe rejeitava o hiper-artificialismo e a hiper-estilização, buscando em vez disso uma abordagem mais “natural” e “realista”), do qual A Caixa de Pandora se tornaria marco e síntese.

Vista hoje, a atuação de Louise é surpreendentemente moderna. Numa época em que o cinema ainda estava se livrando das caras e bocas caricaturais à la Rodolfo Valentino, Louise impressiona pelo comedimento. Com um pequeno gesto, um sorriso, um franzir de rosto, e principalmente um olhar, é capaz de transmitir toda a gama de emoções e a ambigüidade de Lulu sem jamais cair no exagero. Muito se deve a Pabst, que era um soberbo diretor (e manipulador) de atores, e mais ainda de atrizes. Notando logo que Louise era uma atriz intuititva, Pabst, em vez de a soterrar sob detalhadas instruções de como agir diante da câmera, concentrou-se em lhe passar concisas instruções sobre as emoções envolvidas na cena, e deixar que Louise as desenvolvesse.

As filmagens de Pandora foram concluídas exatamente na data prevista. No dia seguinte, Louise estava de partida para New York. Tinha gostado de trabalhar com Pabst, a quem viera a devotar grande admiração, mas para ela Pandora era apenas mais um trabalho concluído, e como tal página virada (por Carlos Eduardo A. Martins).

Imagem: George Grantham Bain Collection

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A política brasileira e o movimento LGBTT

Com o objetivo de discutir a homossexualidade e a questão da homofobia no Brasil o escritor, jornalista, professor e deputado federal (PSOL-RJ) Jean Wyllys ministrou a palestra “A política brasileira e o movimento LGBTT”, no último dia 05 de setembro, no Auditório Zélia Gattai do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), Campus Paralela. A atividade reuniu estudantes e docentes dos cursos de Comunicação, Psicologia e Direito da Unijorge e, também, de outras instituições acadêmicas.

Para Jean Wyllys, as instituições de ensino, especialmente as de natureza privada, precisam enfrentar de maneira mais incisiva a lógica do mercado que tem perpassado amplos setores das sociedades contemporâneas, inclusive a educação. A função primordial desta é a produção de um saber que possibilite desconstruir e superar o senso comum, muitas vezes, raiz das mais variadas formas de violência. Desta maneira, as universidades, assim como os espaços tradicionais de participação política, a exemplo do Congresso Nacional, são lugares de discernimento e não de reprodução de preconceitos.

Segundo o deputado, as instituições de ensino, especialmente as universidades, não têm sido bem sucedidas no processo de desconstrução do senso comum, sobretudo no que diz respeito à sexualidade humana. Para ele, os educadores precisam enfatizar o fato de que, a despeito dos componentes naturais, a sexualidade humana é substancialmente perpassada pela cultura. Sendo assim, a homofobia passa a ser fruto da cultura e não uma criação da natureza. Por essa razão, a educação é, de acordo com o deputado, a mais eficaz ferramenta de superação do ódio e/ou aversão à homossexualidade, assim como dos preconceitos em geral. Para isso acontecer, porém, é necessário que escolas e universidades invistam na educação política dos seus educandos, que, além de informá-los sobre o papel da política e dos políticos profissionais na vida social, leve-os a acessarem a crítica consciente, consistente e embasada, enfatizou o deputado.

Jean Wyllys também enfatizou sua preocupação com o futuro do Estado laico no Brasil. Segundo ele, o fato de as igrejas das mais diferentes orientações religiosas estarem isentas de pagar tributos é algo deveras preocupante, pois, assim, elas deixam de prestar contas ao Estado e à sociedade brasileira sobre a destinação de tudo que arrecadam entre seus fiéis. Muitas delas, por exemplo, deixam de destinar o que arrecadam a obras de cunho social para financiar campanhas políticas de candidatos a cargos eletivos nas instâncias federal, estaduais e municipais do poder político. Desta maneira, explicou ele, o Estado deixa pouco a pouco de ser laico, passando a sofrer influência direta de interesses particularistas. Prova disso, argumentou Jean Wyllys, é a demora do Senado em votar o Projeto de Lei Complementar 122/2006 (PLC-122/06), que visa criminalizar a homofobia no país.

É do conhecimento de muitos que as chamadas bancadas cristãs formadas por fundamentalistas evangélicos e católicos no Congresso Nacional têm atuado de todas as formas para inviabilizar a aprovação do referido PLC-122/06, disseminando o que o deputado Jean Wyllys classificou, apoiando-se nos escritos de Hannah Arendt, de histeria de massa. Parlamentares comprometidos mais com as suas ideologias religiosas do que com os assuntos de Estado disseminam mentiras a respeito do PLC 122/06, fazendo-as parecer verdade, deixando as massas em polvorosa, ou seja, em estado de histeria generalizada. Dizer, por exemplo, que o PLC 122/06 atenta contra a liberdade de expressão é um equívoco ou mesmo uma mentira que tem sido amplamente divulgada. O PLC 122/06, como o próprio nome diz, é um projeto que visa ampliar uma lei já existente, isto é, a lei anti-racismo (Lei nº 9.459 de 13 de maio de 1997), para que discriminações de qualquer espécie contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transgêneros e, também, deficientes físicos e pessoas idosas sejam combatidas. Isto não significa tolher a liberdade de expressão de quem quer que seja. Pelo contrário, significa proteger direitos humanos e civis de milhares de cidadãos brasileiros, arrematou o deputado.

Para concluir sua palestra, o deputado Jean Wyllys, no melhor estilo docente, fez questão de enfatizar, em linhas gerais, a diferença entre os termos sexo, identidade de gênero e orientação sexual para a platéia de estudantes e futuros formadores de opinião. Segundo ele, o sexo é a condição biológica dos indivíduos. Alguns nascem machos, outros fêmeas. Já a identidade de gênero diz respeito às construções psicossociais que os indivíduos elaboram sobre si quando respondem à pergunta quem sou eu. Sendo assim, um indivíduo do sexo masculino, por exemplo, pode construir sua identidade a partir de padrões sociais relacionados ao gênero feminino ou vice-versa. Este indivíduo pode, inclusive, querer modificar seu corpo para que este se aproxime o máximo possível do gênero com o qual se identifica. Muitos acreditam que esse tipo de comportamento é uma anomalia ou doença, pois vai de encontro aos ditames da natureza. Estes, entretanto, esquecem que os seres humanos estão constantemente indo de encontro aos ditames da natureza quando tentam consertar, por exemplo, dentes tortos ou outras partes do corpo que a natureza não moldou conforme os padrões socialmente aceitos; quando homens e mulheres decidem fazer cirurgia plástica para disfarçar as marcas do envelhecimento ou quando decidem utilizar próteses de silicone, ou tomar medicamentos contra calvície, disfunção sexual, ou reposição hormonal, entre tantos outros exemplos de intervenção tecnológica voltada para “corrigir” o que a natureza nos deu. Por fim, a orientação sexual se refere ao desejo. Nesse âmbito, a pergunta que move o indivíduo não é mais quem eu sou, mas, sim, quem eu desejo e/ou quero.

A presença do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) nas atividades interdisciplinares dos cursos de Comunicação Social da Unijorge foi muito elucidativa para todos os presentes ao evento. O Salvador na sola do pé demorou em divulgar o panorama do que aconteceu, mas não esqueceu em fazê-lo. Afinal, como diz a sabedoria popular, antes nunca do que tarde ou como queiram os leitores (por Silvio Benevides).

Imagem: Fernando Vivas (Agência A Tarde)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Deputado Jean Wyllys debaterá homofobia e política em Salvador

A fim de debater a questão da homofobia na sociedade brasileira e, especialmente, na sociedade soteropolitana, o Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE), por meio dos cursos de Comunicação Social e Produção Audiovisual, promoverá no próximo dia 05 de setembro de 2011 a palestra “A política brasileira e o movimento LGBTT” com o jornalista, escritor, professor universitário e, também, Deputado Federal pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL-RJ), Jean Wyllys.

A palestra “A política brasileira e o movimento LGBTT”, idealizada pela professora Patrícia Barros Moraes, coordenadora dos cursos de Comunicação Social e Produção Audiovisual, e pelos professores Silvio Benevides e Max Bittencourt, dará início às atividades do Projeto Interdisciplinar dos referidos cursos, cujo tema deste semestre é homofobia. Os estudantes dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Produção Audiovisual farão ao longo do semestre uma abordagem multidisciplinar sobre o tema e, ao final do período, apresentarão os produtos elaborados por eles, sob a orientação dos docentes da instituição, voltados para a denúncia e a necessidade de se combater as práticas homofóbicas em nossa sociedade. Com os seus projetos interdisciplinares, os cursos de Comunicação Social e Produção Audiovisual da UNIJORGE visam promover não apenas a excelência profissional do seu corpo discente, mas, também, uma formação cidadã de qualidade (por Sílvio Benevides).

Informações Gerais:

Palestra: A política brasileira e o movimento LGBTT
Palestrante: Jean Wyllys (Deputado Federal PSOL)
Data: 05 de setembro de 2011
Horário: 9h
Local: Auditório Zélia Gattai (Centro Universitário Jorge Amado – Campus Paralela)
Maiores Informações: (71) 3206-8004
Entrada gratuita. Não é necessário inscrição.

Imagem: Peça de divulgação da 10ª Parada Gay de Salvador-Bahia 2011 (Propeg-GGB).