segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Da série histórias fantásticas do Brasil: CURUPIRA

Corpo de menino – de curu, abreviação de curumi e pira corpo. O Curupira é a mãe do mato, o gênio tutelar da floresta que se torna benéfico ou maléfico para os freqüentadores desta, segundo circunstâncias e o comportamento dos próprios freqüentadores. Figuram-no como um menino de cabelos vermelhos, muito peludo por todo o corpo e com a particularidade de ter os pés virados para trás e ser privado de órgãos sexuais. A mata, e quantos nela habitam, está debaixo de sua vigilância. É por via disso que antes das grandes trovoadas se ouve bater nos troncos das árvores e raízes das samaumeiras para certificar-se de que podem resistir ao furacão e prevenir aos moradores da mata do próximo perigo. Sob sua guarda direta está a caça, e é sempre propício ao caçador, que se limitar a matar conforme as próprias necessidades. Ai de quem mata por gosto, fazendo estragos inúteis, de quem persegue e mata as fêmeas, especialmente quando prenhes, que estraga os pequenos ainda novos! Para todos estes o Curupira é inimigo terrível. Umas vezes vira-se caça que nunca pode ser alcançada, mas que nunca desaparece dos olhos sequiosos do caçador, que, com a esperança de a alcançar, deixa-se levar fora do caminho, onde o deixa miseravelmente perdido, com o rastro, por onde veio, desmanchado. Outras, o que é muito pior, o pobre caçador alcança a caça, até com relativa facilidade, e a flecha vai certeira embeber-se no flanco da vítima, que cai pouco adiante com grande satisfação do infeliz. Quando chega a ela, porém, e vai para a colher, em lugar do animal que tinha julgado abater, encontra um amigo, o companheiro, o filho, a sua própria mulher. Os contos de caçadores vítimas do Curupira são contos de todos os dias no meio indígena dos moradores tanto do rio Negro como do Solimões, Amazonas e seus afluentes (por Ermano de Stradelli, reunido por Luís da Câmara Cascudo em Antologia do folclore brasileiro).

Imagem: Curupira (2009), por Ricardo Santos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Os limites da ordem

Os violentos distúrbios ocorridos na Inglaterra não devem ser vistos como um fenômeno isolado. Eles representam um perturbador sinal dos tempos. Sem se dar conta, as sociedades contemporâneas estão gerando um combustível altamente inflamável que flui nos subsolos da vida coletiva. Quando chegam à superfície, podem provocar um incêndio social de proporções inimagináveis.

Trata-se de um combustível constituído pela mistura de quatro componentes: a promoção conjunta da desigualdade social e do individualismo, a mercantilização da vida individual e coletiva, a prática do racismo em nome da tolerância e o sequestro da democracia por elites privilegiadas, com a consequente transformação da política na administração do roubo “legal” dos cidadãos e do mal estar que provoca.

Cada um destes componentes têm uma contradição interna: quando se superpõem, qualquer incidente pode provocar uma explosão.

- Desigualdade e individualismo. Com o neoliberalismo, o aumento brutal da desigualdade social deixou de ser um problema para passar a ser uma solução. A ostentação dos ricos e dos multimilionários transformou-se na prova do êxito de um modelo social que só deixa miséria para a imensa maioria dos cidadãos, supostamente porque estes não esforçam o suficiente para ter sucesso na vida. Isso só foi possível com a conversão do individualismo em um valor absoluto, o qual, paradoxalmente, só pode ser experimentado como uma utopia da igualdade, a possibilidade de que todos prescindam igualmente da solidariedade social, seja como seus agentes, seja como seus beneficiários. Para o indivíduo assim concebido, a desigualdade unicamente é um problema quando ela é adversa a ele e, quando isso ocorre, nunca é reconhecida como merecida.

- Mercantilização da vida. A sociedade de consumo consiste na substituição das relações entre pessoas pelas relações entre pessoas e coisas. Os objetos de consumo deixam de satisfazer necessidades para criá-las incessantemente e o investimento pessoal neles é tão intenso quando se tem como quando não se tem. Os centros comerciais são a visão espectral de uma rede de relações sociais que começa e termina nos objetos. O capital, com sua sede infinita de lucros, submeteu à lógica mercantil bens que sempre pensamos que eram demasiado comuns (como a água e o ar) ou demasiado pessoais (a intimidade e as convicções políticas) para serem comercializados no mercado. Entre acreditar que o dinheiro media tudo e acreditar que se pode fazer tudo para obtê-lo há um passo muito menor do que se pensa. Os poderosos dão esse passo todos os dias sem que nada ocorra a eles. Os despossuídos, que pensam que podem fazer o mesmo, terminam nas prisões.

- O racismo da tolerância. Os distúrbios na Inglaterra começaram com uma dimensão racial. O mesmo ocorreu em 1981 e nos distúrbios que sacudiram a França em 2005. Não é uma coincidência: são irrupções da sociabilidade colonial que continua dominando nossas sociedades, décadas depois do fim do colonialismo político. O racismo é apenas um componente, já que em todos os distúrbios mencionados participaram jovens de diversos grupos étnicos. Mas é importante, porque reúne a exclusão social com um elemento de insondável corrosão da autoestima, a inferioridade do ser agravada pela inferioridade do ter. Em nossas cidades, um jovem negro vive cotidianamente sob uma suspeita social que existe independentemente do que ele ou ela seja ou faça. E esta suspeita é muito mais virulenta quando se produz em uma sociedade distraída pelas políticas oficiais de luta contra a discriminação e pela fachada do multiculturalismo e da benevolência da tolerância.

- O sequestro da democracia. O que há em comum entre os distúrbios na Inglaterra e a destruição do bem estar dos cidadãos provocada pelas políticas de austeridade dirigidas pelas agências classificadoras e os mercados financeiros? Ambos são sinais das extremas limitações da ordem democrática. Os jovens rebeldes cometeram delitos, mas não estamos frente a uma “pura e simples” delinquência, como afirmou o primeiro ministro David Cameron. Estamos frente a uma denúncia política violenta de um modelo social e político que tem recursos para resgatar os bancos, mas não para resgatar os jovens de uma vida de espera sem esperança, do pesadelo de uma educação cada vez mais cara e irrelevante dado o aumento do desemprego, do completo abandono em comunidades que as políticas públicas antissociais transformaram em campos de treinamento da raiva, da anomia e da rebelião.

Entre o poder neoliberal instalado e os rebeldes urbanos há uma simetria perturbadora. A indiferença social, a arrogância, a distribuição injusta dos sacrifícios estão semeando o caos, a violência e o medo, e aqueles que estão realizando essa semeadura vão dizer amanhã, genuinamente ofendidos, que o que eles semearam nada tinha a ver com o caos, a violência e o medo instalados nas ruas de nossas cidades. Os que promovem a desordem estão no poder e poderiam ser imitados por aqueles que não têm poder para colocá-los em ordem (por Boaventura de Sousa Santos para CARTA MAIOR. Tradução: Katarina Peixoto).






Imagem: Peter Macdiarmid

domingo, 14 de agosto de 2011

POEMA FALADO: Visita à casa paterna

Às vezes sinto saudade do tempo de uma aurora querida, aurora esta nem sempre vista, mas, sem dúvida, deveras sentida. Fico a pensar como teria sido o que jamais foi e, por isso mesmo, nunca será. Será? Mas os devaneios, vindos como um rompante, rompem-se de repente e me lembro, então, do tempo passado e presente. Nesse instante, recordo o meu pai e percebo que o momento é agora. Momento propício para dizer o quanto o amo e quero bem. Por essa razão, o Poema Falado desse mês, traz o belíssimo soneto Visita à casa paterna, do Luís Guimarães Júnior, que diz: “Como a ave que volta ao ninho antigo, / Depois de um longo e tenebroso inverno, / Eu quis também rever o lar paterno, / O meu primeiro e virginal abrigo. / Entrei. Um gênio carinhoso e amigo, / O fantasma talvez do amor materno, / Tomou-me as mãos, - olhou-me, grave e terno, / E, passo a passo, caminhou comigo. // Era esta sala... (Oh! se me lembro! e quanto!) / Em que da luz noturna à claridade, / minhas irmãs e minha mãe... O pranto // Jorrou-me em ondas... Resistir quem há de? / Uma ilusão gemia em cada canto, / Chorava em cada canto uma saudade”. Com esse vídeo-poema, mais uma vez com a voz do magnífico Paulo Autran, expresso o meu amor ao meu querido pai. Que Deus nos conserve por muito mais tempo ainda (por Silvio Benevides).





Imagem: Acervo SB.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

As contradições da política

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) tem difundido em sua propaganda política a idéia de ser o partido de proteção ao trabalhador. Esquece-se, porém, que esse trabalhador que tanto diz defender é uma classe plural e demasiadamente heterogênea. O que isso quer dizer? Muito simples. A classe trabalhadora não é uma massa única, que possui a mesma identidade. Mesmo se considerarmos tão somente a categoria trabalho, podemos perceber o quão ampla é essa heterogeneidade. Não se pode afirmar, por exemplo, que os trabalhadores rurais são a mesma coisa que trabalhadores urbanos. Os operários da construção civil, embora sejam trabalhadores, são diferentes dos operários da indústria automotiva. Cada categoria trabalhista possui demandas e necessidades que são específicas da categoria, que, por vezes, entram em conflito ou choque com as demandas e necessidades de outra categoria.

Como se pode perceber, falar de trabalhadores e sair em sua defesa não é uma tarefa tão simples assim. E se considerarmos outras categorias como gênero, etnia, idade, escolaridade perceberemos que a dificuldade em defender os interesses dos trabalhadores é ainda mais complicada. Digo isto porque no mundo contemporâneo as identidades não são únicas. Elas são plurais. Ninguém é puramente trabalhador. As pessoas podem ser trabalhadoras, mulheres, homens, jovens, velhos, deficientes físicos, negros, não negros, indígenas e o que mais se puder imaginar. Logo, antes de sair por aí alardeando que defende os interesses da classe trabalhadora é preciso ter em mente que classe é essa. Quem são os indivíduos que a integram. Os trabalhadores podem ser, por exemplo, homens ou mulheres homossexuais. Sendo assim, defender os interesses do trabalhador significa, também, defender, direta ou indiretamente, os interesses dos homens e mulheres homossexuais. Em última instância, defender os interesses da classe trabalhadora significa defender os direitos humanos em toda sua plenitude.

Muitos partidos políticos contemporâneos parecem esquecer-se disso, pois defendem os interesses de uma determinada categoria social por um lado, e, por outro, atacam interesses de outra categoria. O PDT paulista, por exemplo, parece ter esquecido que muitos trabalhadores e trabalhadoras, que diz defender, são gays e lésbicas, caso contrário, não teria proposto à Câmara Municipal de São Paulo o dia do orgulho heterossexual com o único intuito de fazer chacota com o movimento LGBT. Isso só demonstra que muitos dos nossos políticos estão desconectados do mundo atual. No caso do PDT não é de se estranhar, haja vista que o partido vive a idolatrar o fantasma do Getúlio Vargas que se matou há mais de meio século. Como diz a voz do povo, quem vive de passado é museu. Saiba mais sobre os fatos que motivaram a presente postagem, lendo os textos abaixo divulgados (por Silvio Benevides).

NOTA DE REPÚDIO da ABGLT aos 19 Vereadores da Câmara Municipal de São Paulo que aprovaram o projeto de lei nº 294/2005 que institui o Dia Municipal do Orgulho Heterossexual – O dia 2 de agosto de 2011 é uma data que vai entrar para a história da cidade de São Paulo. Infelizmente, isso acontecerá por uma razão que envergonhará a maioria dos/das cidadãos(ãs) dessa metrópole, cosmopolita, diversa, orgulho de todas e todos as(os) brasileiros(as).

A cidade que sempre acolheu a diversidade e que realiza a maior Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) do mundo, com quase 4 milhões de pessoas, acaba de receber a notícia de que 19 de seus representantes na sessão da Câmara Municipal hoje aprovaram um projeto de lei obscurantista, que discrimina milhões de cidadãs e cidadãos.

Quando os vereadores tomam posse, juram cumprir a Constituição Federal, a Constituição Estadual e a Lei Orgânica Municipal, que é a lei maior do município, observar as leis, desempenhar o mandato e trabalhar pelo progresso do Município e bem estar de seu povo.

O Preâmbulo da Lei Orgânica do Município de São Paulo declara que “a presente Lei Orgânica, (...) constitui a Lei Fundamental do Município de São Paulo, com o objetivo de organizar o exercício do poder e fortalecer as instituições democráticas e os direitos da pessoa humana.”

Pois, ao nosso ver, o projeto de lei nº 294/2005 é um acinte propositalmente ofensivo e atentatório à democracia e aos direitos da pessoa humana. E essa percepção não está enviesada por nossa parte. Para poder avaliar o propósito verdadeiro do projeto de lei, basta ler o conteúdo preconceituoso e discriminatório da justificativa do projeto (vide abaixo).

Os heterossexuais não são discriminados pelo simples fato de serem heterossexuais, ao contrário dos homossexuais, a exemplo dos casos recentes de violência homofóbica na Avenida Paulista tornados públicos pelos meios de comunicação, entre muitos outros casos no Brasil. Os heterossexuais não são vítimas de agressões verbais e físicas, de violência, não são assassinados em virtude de sua orientação sexual.

A celebração do “Orgulho LGBT” ocorre justamente para reafirmar a necessidade do enfrentamento da discriminação, agressão e violência comprovada às pessoas homossexuais. É descabido propor a celebração, respaldada em lei, do “orgulho heterossexual” a fim de simplesmente desmerecer a luta social justa da população LGBT.

Os 19 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo que votaram a favor desse projeto de lei envergonharam a nação brasileira, com sua conivência com o desrespeito à laicidade do Estado, com seu aval ao preconceito, com a mensagem de ridicularização da cidadania da população LGBT que endossaram e divulgaram para o mundo afora. Enquanto o Supremo Tribunal Federal dá uma lição de direitos humanos e cidadania para o mundo inteiro, ao julgar, tão somente nos preceitos da Constituição Federal, pelo reconhecimento efetivo da igualdade de direitos dos casais homoafetivos, os 19 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo expuseram para mundo sua mediocridade ignorante em compartilhar da mesquinharia do vereador autor do projeto de lei nº 294/2005.

Aproveitamos para agradecer aos(às) vereadores(as) que de forma digna e cidadã se posicionaram contrários à aprovação do projeto de lei .Também pedimos ao prefeito Gilberto Kassab que vete esta excrescência homofóbica (por ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).

JUSTIFICATIVA do Projeto de Lei 01-0294/2005 de autoria do vereador Carlos Apolinario, líder do PDT na Câmara Municipal de São Paulo – Um dos direitos mais importantes do ser humano é o livre arbítrio que abrange: escolha da profissão, lugar do domicílio, o estado civil e até mesmo suas preferências sexuais.

Entretanto os homossexuais se dizendo discriminados ou perseguidos estão tentando aprovar leis que na realidade concedem a eles verdadeiros privilégios.

Como cristão aprendi a respeitar a todas as pessoas, até porque não sou juiz do comportamento sexual de ninguém. Cada ser humano pode fazer do seu corpo aquilo que bem entender, neste sentido aprendi a respeitar os homossexuais e as lésbicas, porém não posso concordar com a apologia ao homossexualismo.

Há pessoas que tem preferências sexuais fora dos padrões normais da sociedade, o que indubitavelmente está assegurado na Constituição Brasileira, mas poderiam manter seus relacionamentos dentro da discrição que norteia o convívio social.

Está não é a pratica que vem sendo adotada, pois, preferem fazer estardalhaços em locais públicos, na internet, nos meios de comunicação e até em panfletos com objetivo de divulgar o homossexualismo, como se está opção implicasse em algum privilégio.

Os homossexuais dizem que são discriminados pela sociedade, quando na verdade são eles que discriminam aqueles que não concordam com suas opções sexuais.

Pergunto: É normal duas pessoas do mesmo sexo se beijarem em locais público ou na televisão?

Será que os homossexuais entende como direito à liberdade, dois bigodudos entrarem em um restaurante e ficarem se beijando sem respeitar os demais clientes daquele estabelecimento?

Eles deveriam ter um comportamento adequado a nossa sociedade e deixar os beijos e afetos para os lugares reservados ou suas casas.

Acontece que os homossexuais não se satisfazem com o anonimato e para chamarem atenção começam a exigir direitos que se quer os heteros têm; se comportam de forma inadequada e muitas vezes agridem verbalmente aqueles que não concordam com suas idéias e depois querem que a sociedade aceite este comportamento.

Sou casado há 32 anos, nem por isso me acho no direito de ficar beijando excessivamente minha esposa em público para com isso demonstrar o carinho que tenho por ela.

Quando os homossexuais aprenderem a respeitar a sociedade que é composta pelos seus pais, irmãos, familiares e amigos com certeza a sociedade também irá respeitá-los, pois aqueles que querem respeito devem agir de forma respeitosa.

Propomos assim, o projeto de lei, que, no âmbito do Município de São Paulo, se oficialize esta data como símbolo da luta pelo ORGULHO DE SER HOMEM E O ORGULHO DE SER MULHER.

Pelas razões expostas solicitamos aos meus pares que aprovem esta proposição, de modo a instituir, como o DIA MUNICIPAL DO ORGULHO HETERO, todo 3º (terceiro) DOMINGO DE DEZEMBRO DE CADA ANO.


Imagem: PEDRO BOTTINO

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Observatórios de Mídia e Direitos Humanos se reúnem na Bahia

É comum ligar a TV no horário do almoço e assistir negros, jovens, mulheres, homossexuais, pessoas com deficiência – sempre pobres – tendo sua identidade ridicularizada e diminuída em programas classificados como jornalísticos. Para discutir questões como essas, dia 11 de agosto (quinta-feira), a partir das 09h, acontecerá o Seminário Observatórios de Mídia e Direitos Humanos, no auditório da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA), em Ondina.

O Seminário tem como objetivo discutir metodologias de monitoramento de mídia, além de processos de mobilização e encaminhamentos legais dos dados gerados pelos observatórios de mídia de todo o país. A programação do Seminário conta com Edgard Rebouças, professor e coordenador do Observatório de Mídia Regional da Universidade Federal do Espírito Santo; Adriano Guerra, jornalista e membro da Rede ANDI Brasil; Ivan Moraes, jornalista e membro do Centro de Cultura Luiz Freire de Pernambuco; do Secretário Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Almiro Sena; o Secretário Estadual de Comunicação, Robinson Almeida; além de Giovandro Ferreira, professor e diretor da Faculdade de Comunicação; Daniella Rocha, jornalista e gestora da CIPÓ – Comunicação Interativa e Pedro Caribé, jornalista e membro do Intervozes.

Durante o Seminário será lançado da pesquisa em “A Construção da violência na televisão da Bahia” em formato multimídia em CdRom e em Livro, editado pela Edufba. A pesquisa foi produzida pelo Observatório de Mídia e Direitos Humanos da Bahia. A pesquisa analisou a violação de direitos humanos na mídia televisiva, tendo como objeto de estudo os programas Se Liga Bocão (TV Itapoan, afiliada da TV Record) e “Na Mira” (TV Aratu, afiliada do SBT).

Observatório na Bahia – Iniciado em junho de 2009, o Observatório de Mídia e Direitos Humanos na Bahia foi criado para ampliar e tornar visível a pauta dos direitos humanos no estado. O Observatório fortalece e articula a sociedade civil em torno dos direitos humanos e das políticas públicas de comunicação. Atua em duas frentes: (1) monitoramentos e análises sobre violação de direitos humanos por produtos midiáticos impressos e eletrônicos; e o encaminhamento dos dados e denúncias para movimentos sociais e órgãos competentes. (2) mobilização da sociedade civil - a partir da atuação em espaços de democracia participativa, como Conselhos de Direitos, Redes, Fóruns e Grupos de Trabalho - para incidir sobre o Poder Público na elaboração e implementação de políticas públicas de comunicação no estado.

O Observatório faz parte do Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania (CCDC), órgão complementar da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. O projeto é realizado através de uma parceria entre a CIPÓ – Comunicação Interativa, a Facom/UFBA e o Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social e tem a FordFundation como parceiro financiador.

CIPÓ – Comunicação Interativa: Associação civil sem fins lucrativos, fundada em 1999, em Salvador, Bahia que atua na garantia dos direitos humanos, sobretudo das crianças, adolescentes e jovens, por meio da comunicação. Desenvolveu metodologias que já foram vivenciadas, aprimoradas e sistematizadas, podendo ser disseminadas em larga escala para promover ações de comunicação, educação, cultura e mobilização social.

Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania: Órgão que contribui para divulgar e efetivar o Direito à Comunicação, agregando a academia e as organizações sociais em ações de extensão, ensino e pesquisa na área de comunicação, democracia e cidadania. O CCDC é um órgão complementar da Faculdade de Comunicação (Facom), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e conta com as parcerias da CIPÓ, do Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, além da Agência Experimental dos estudantes da Facom.

Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social: Em atividade desde 2002, o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social é uma organização que trabalha pela efetivação do direito humano à comunicação no Brasil. O coletivo é formado por ativistas e profissionais com formação em Comunicação Social e em outras áreas, distribuídos em 15 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Serviço:
Data: 11 de agosto de 2011
Horário: 9h às 18h
Local: Faculdade de Comunicação da UFBA (Rua Barão de Geremoabo, s/n, Ondina, Salvador -3283-6191)
Gratuito. Certificado de extensão: 8 horas

Mais informações:
Fernanda Pimenta – 35034477 fernandapimenta@cipo.org.br


Imagem: Divulgação