segunda-feira, 12 de julho de 2010

Agora é o porvir

Terminou a Copa do Mundo da África do Sul. A Espanha consagrou-se campeã e o resto do mundo ficou a assistir a festa de “nuestros hermanos ibéricos” por vezes com inveja, por vezes com um certo ar de despeito. Fim de festa. Agora é hora de pensar no que estar por vir. E o que está por vir para nós brasileiros é a eleição para presidente da república, para senadores, deputados federais e estaduais e, também, governadores. As eleições de 2010 significam muito mais do que a simples escolha de candidatos. Nelas serão traçados os rumos do país e dos Estados para os próximos quatro anos. É preciso, portanto, tomar bastante cuidado na hora de escolher um candidato.

Por mais que uns e outros desinformados por aí digam que detestam política, que política é sinônimo de sujeira e corrupção de toda espécie, que político nenhum presta não devemos nos deixar contaminar por essas idéias ridículas. Se insistirmos em pensar assim, os maus políticos, aqueles sem ética, sem caráter, sem honra ou decência, e toda a corja que os apóia continuarão a se beneficiar. E muito! Por isso, é preciso se interessar, sim, pela política e, do mesmo modo, pelo processo eleitoral por meio do qual elegemos nossos representantes. Somente pela via política é que podemos transformar a realidade que nos cerca. E se essa política se realiza sob um regime democrático, podemos vislumbrar um mundo melhor para todos ou um mundo onde todos tenham, no mínimo, uma vida digna. Apesar de todas as crises que as sociedades democráticas contemporâneas têm enfrentado, a democracia continua sendo, até que se prove o contrário, a melhor maneira de se viver em comunidade. A alternativa a democracia é a guerra, o despotismo, a barbárie. Por isso precisamos defender a política, a democracia ou qualquer outro regime que vise o bem da coletividade.

Política é coisa séria e as decisões tomadas por nossos representantes nas diferentes instâncias do político afetam a vida de todos nós. Sendo assim, nas próximas eleições não devemos escolher um candidato a um cargo público do mesmo jeito que escolhemos um tênis, um cinto, um caderno, um abadá ou uma camisinha. O Palácio do Planalto, o Congresso Nacional, as assembléias estaduais e as governadorias são lugares destinados a pessoas sérias e comprometidas com o bem-estar da coletividade. Merda a gente despeja na latrina e depois puxa a descarga. De nada adianta agir de maneira irresponsável na hora de votar, elegendo candidatos espúrios e, depois, reclamar da política e dos políticos. Quem ajuda a eleger corrupto é cúmplice de todos os seus atos de corrupção. Não tem, portanto, moral alguma para reclamar ou se queixar. O Brasil está mudando, vivemos numa sociedade democrática na qual as informações circulam sem censura (ao menos oficial). Informemo-nos, pois. A eleição não se restringe tão somente a hora do voto. Ela é um processo contínuo que dura não alguns meses, mas quatro anos. Terminada a festa esportiva de 2010 é chegada a hora de pensar na política para garantirmos uma festa ainda melhor em 2014 (por Sílvio Benevides).
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Imagem: Charge política, por Gilmar.

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